Coimbra passou a ter oficialmente, desde ontem, uma evidência material de que a terra gira sobre si própria. No átrio do Departamento de Física da Universidade de Coimbra, a 50 metros da Porta Férrea, foi instalado um Pêndulo de Foucault, ou seja uma esfera pesada (80 kg) suspensa por um fio preso ao teto, a uma altura de cerca de 15 metros. Sem que uma força de qualquer espécie faça mover a esfera, porém ela move-se, em funcionamento permanente, noite e dia, graças à força da gravidade. O físico Carlos Fiolhais, diretor do Centro de Ciência Viva – Rómulo, confirmou que “sem margem para dúvidas, que o plano de oscilação do pêndulo gira, o que só se pode explicar pelo efeito da rotação da Terra em torno do seu eixo”. Em jeito irónico, acrescentou que “é um movimento perpétuo… não para, mesmo que não haja Governo”.
Para além deste Pêndulo de Foucault, só existe um outro, um pouco maior, no Centro de Ciência Viva do Pavilhão do Conhecimento em Lisboa.
Para além da relevância científica, a instalação deste mecanismo tem ainda uma vertente turística: é que os autocarros de turistas, quase todos estrangeiros, fazem a sua paragem matinal em frente à montra do Departamento de Física, gerando-se, de imediato, grande curiosidade entre os passageiros sobre a função do pêndulo, equipamento que se destaca pela sua dimensão no local.
Toda a informação na edição impressa de hoje, 26 de outubro do DIÁRIO AS BEIRAS