Opinião – O nosso pensar pós-eleições

Posted by
Spread the love
Norberto Canha

Norberto Canha

Se eu fosse Presidente da República, em exercício, faria:
Estas eleições expressam, nos seus resultados, embora apenas quatro por cento da população acredite nos políticos, que o povo português lhes quer dar uma última oportunidade ao não aprovar nenhuma maioria duradoura, quer partidária quer em coligação.
O povo quer que se faça um Governo de convergência e solidariedade nacional, sem inveja, sem lutas interpartidárias e (dentro dos partidos) pelo poder em proveito da vaidade, dos benefícios dos próprios e sem pensar no Todo. É isso que está em causa – o Todo!…
Desta forma, espero que seja concedido ao cidadão comum, acesso aos seus deputados, para expor o que pensam, as suas soluções alternativas… para aglutinar todos e se acabe com este espetáculo vergonhoso, para quem trabalha, do contraditório na Assembleia da República em que não aplaudem quando se faz bem e são implacáveis (quantas vezes mal informados) na crítica ao menos bem ou que apenas está em contradição com o seu catecismo político.
Se fosse Presidente da República, chamaria os presidentes ou secretários-gerais dos partidos – lia e mandava estudar cuidadosamente os seus programas e interrogava-os sobre a exequibilidade desse programa, tendo informação prévia do Primeiro-Ministro sobre o estado do País, das Finanças, da Agricultura, da Saúde…
Exigia-lhes, no final, um documento formativo e informativo da viabilidade do que propagandeiam. Feito isto, mandava os documentos a cada um deles, confidenciais, e convidava-os para uma reunião na Presidência da República. Deixava-os discutir à vontade, só presidia! No final, daria uma sentença escrita como um juiz faz. “Depreendo pelo exposto e discutido que para a situação do país há a necessidade de fazer um Governo do tipo aqui sugerido ou apresentado e é esse que viabilizarei”.
Seguramente, sendo assim, iniciar-se-ia um sistema político ascendente irradiando da periferia para o centro e não como é atualmente, onde quem tem poder é as elites das cidades que nada produzem, só consomem por não terem preparação para terem pensamento próprio, mas regimentados por pensadores veiculados pelos órgãos de informação e conversas dos cafés ou encontros caseiros. Mas são ambiciosos, pretensiosos. Isto, talvez, por mal informados e cada vez mais jovens…
Mandar é extremamente simples. É dar o exemplo e, com esse exemplo, exigir-se com lealdade, frontalidade, trabalho e competência e julgando com compreensão e tolerância. Mas… ser-se implacável com a deslealdade que já tem o gérmen da traição. Se assim for, a credibilidade dos políticos aumentará e a esperança do nosso Futuro renascerá.

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

*

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.