Opinião – A Académica e a terceira via

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José Belo

José Belo

 

Vai ser convocada uma Assembleia-Geral da Associação Académica de Coimbra/OAF (AAC/OAF) destinada à destituição de toda a sua Direcção e também da Gerência da SDUQ. Seja qual for o resultado nada vai ficar como dantes.
Os dados disponíveis, que existem, vão no sentido de se poder pensar que tal pretensão vai acontecer, tal a forma avassaladora como os sócios têm dado apoio a este movimento, assinando o Requerimento para convocar a aludida Assembleia, de forma significativa, atingindo já números expressivos. A ir avante tal objectivo, após um período de “gestão administrativa”, seguir-se-ão eleições.
Neste momento da vida da Académica há dois blocos bem definidos. Basta olhar para o resultado das últimas eleições para perceber isso: de um lado os “devotos” de José Eduardo Simões (JES) e do outro os que se mobilizaram à volta do movimento “BRIOSA 100% dos sócios”.
É voz já muito corrente, que o Dr Nuno Oliveira não quer encabeçar nenhuma Lista por respeitáveis razões pessoais e profissionais.
É pena. Trata-se de um académico dos quatro costados, muitíssimo bem preparado na área da gestão desportiva, a quem se augura um futuro brilhante e que conseguiu, com a sua energia académica, mobilizar tantas paixões adormecidas, tendo perdido as eleições por uma escassa dezena de votos, em condições de lamentável desigualdade.
Mas isso são contas de outro Rosário!
A ser verdade o que atrás se disse, corremos o inevitável risco de aparecer uma “Terceira Via”. Pelo andar da carruagem isto não será ficção , já que ninguém, no seu perfeito juízo, provocaria a queda da Direcção sem ter na manga uma alternativa credível.
Ora, esta “Terceira Via” tem de ser forte para poder fazer o seu caminho, para fazer ouvir as suas ideias e poder afirmá-las, junto dos sócios, de forma apelativa. E, por isso, a saber vincar a sua dimensão de verdadeira charneira entre os dois blocos já assinalados. Chegados aqui, este enquadramento de circunstância pode, por tacticismo académico, levar os seus mentores a tenta estabelecer pontes com Gregos e Troianos, fragilizando a sua própria mensagem, a densidade e verdade do seu argumentário, pese embora a generosa intenção que estará por trás desta eventual opção, que, no limite, pretenderá dar rigor, qualidade e eficácia à gestão desportiva e emocional. Para quem apoiou e se envolveu numa candidatura corajosa, como foi a protagonizada pelo Dr Nuno Oliveira, vai reclamar, de quem vier a seguir, a assunção clara de ideias e de um Programa a ser executado por pessoas com convicção e devoção, que possam trazer esperança e dar normalidade à gestão da Académica, do ponto de vista financeiro, ético e desportivo. Porém, a esta “Terceira Via” não será fácil o caminho.
Nada se deve dar por adquirido. Quem foi atento seguidor do estilo de gestão do JES adivinhará, que este não vai entregar, de mão-beijada, uma Instituição que, queira-se ou não, tem já, para sempre, a sua pegada, tantos foram os anos que a liderou. Há nela e entre quem a gere “situações” para resolver, o que será normal e pensarão, com alguma lógica, que não haverá ninguém melhor do que eles para resolver os problemas que a gestão do quotidiano lhes foi criando ao longo de todos estes anos.
Vai-se esquecer o cansaço, as divisões e desse “lado”, onde há muita gente “academicamente muito competente”, também vai tocar a unir… Mas esta encruzilhada, em que se encontra a Académica, reclama de todos disponibilidade para
que possa haver respostas à altura da dimensão das suas exigentes dificuldades e do seu grande
prestígio.
FRA …

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