Foram muitos anos de viagens partilhadas, sempre no mesmo percurso, por estudantes e trabalhadores. Tornaram-se amigos e alguns até se casaram. Ainda há quem seja do tempo em que a máquina do comboio se alimentava a carvão. O advogado Carlos Martins Lopes ainda se lembra da transição para o gasóleo, e nunca mais vai esquecer a subida do apeadeiro do Casal.
“Neste percurso, geralmente, o comboio só conseguia fazer a subida à terceira tentativa”, conta. E muito devagar, ao ponto de dar tempo para ir aos pomares buscar fruta e regressar à carruagem. Era um entre muitos estudantes que naquela altura viajavam no “Trama”, que percorria o Ramal da Pampilhosa. No caso dele, entre Cantanhede e a Figueira da Foz. Todos os dias, de segunda a sexta, ida e volta.
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