Uma recriação da tradicional desfolhada do milho, no domingo, na Figueira da Foz, promete transformar o anfiteatro exterior do Centro de Artes e Espetáculos (CAE) na maior eira da região, afirmam os promotores.
A iniciativa de um coletivo de quatro pessoas, designado “Porque Sim”, lembra que a tradição “é a alma do povo” e que a faina de descamisar o milho “é um trabalho que se fazia e ainda se faz em muitas aldeias e importa mostra-lo à cidade”, disse à agência Lusa António Ramos, um dos promotores.
“Queremos transformar o anfiteatro do CAE numa eira gigante”, afirmou.
Por outro lado, António Ramos frisou que a recriação da desfolhada “pretende ser um espaço de comunidade e partilha” nos tempos atuais, “em que o convívio quase deixou de existir ou está reduzido ao mínimo”, notou.
O programa, com entrada gratuita, inclui, a partir das 15:00, uma recriação da desfolhada do milho, desde o seu transporte para a eira até ao momento da seca, pelo Grupo de Cantares da Casa do Lavrador da freguesia de Maiorca, complementada pelo contador de histórias Zé Craveiro, natural de Tentúgal, Montemor-o-Velho, considerado um “guardião da tradição oral” da região do Baixo Mondego.
Estão ainda previstos momentos de poesia e pintura ao vivo por artistas plásticos da associação Magenta e Associação da Amizade e das Artes Galego Portuguesa.
O programa culmina com uma adiafa (refeição que era dada aos trabalhadores que concluíam uma determinada obra) e que os promotores transformaram em “piquenique partilhado”, nos jardins do CAE, apelando aos interessados para que levem uma merenda e uma manta.
“Queremos efervescer esta cidade, proporcionar momentos de convívio e bem-estar e fazer regressar tradições que levem as pessoas a participarem com o que têm para oferecer”, frisou António Ramos.
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