Opinião – 5 de Outubro

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Paulo Almeida

Paulo Almeida

Esta semana encerra a campanha, dia 4 vamos votar nas legislativas e no dia seguinte comemoramos a implantação da República. É tempo de pararmos para pensar que República queremos celebrar. A que se livrou das algemas e grilhetas da limitação da soberania, ou a que deixou o país de rastos?

Ainda há tempo para reflectir se acreditamos mesmo em nós, no nosso esforço, espírito solidário, capacidade de sacrifício e liberdade de iniciativa. Se acreditamos em tudo o que, a final, nos permitiu resgatar a soberania e superar um bolorento e de má memória modelo de governação em que alguns ainda acreditam ser triunfante, apesar dos sucessivos e clamorosos falhanços.

Bem sei que há republicanos que ainda não aceitam a ideia de um governo modesto e prudente, e outros haverá que ainda acham que a actividade política não passa de um pretexto para cumprir um suposto “chamamento”, que justificará o atropelo de quem quer que esteja no caminho de uma via de glorificação pessoal. Este iluminismo de alguns é com certeza o apagão dos demais. Da minha parte, dispenso por completo esta tutela hierárquica.

Da mesma forma dispenso as promessas fáceis de que algo maravilhoso está para acontecer. Não as quero ouvir sequer. Quero continuar a minha vida sem governos de quimeras, de ideais perfeccionistas, insuflados de enormes causas ganhas, só para depois serem perdidas. Os portugueses, perante as adversidades criadas por tais políticas, já demonstraram o seu valor intrínseco. Foi a sua qualidade, exibida à flor da pele e sentida na dor, que permitiu tudo superar. E é isto a República. A soma das nossas qualidades e não a redução quantitativa ilegítima em que estávamos afundados.

A República que quero celebrar no próximo dia 5 é a que me vai permitir viver a minha vida, em liberdade, sem determinação superior. No dia 5, quero poder dizer que sou cidadão na plenitude e que a República Portuguesa depende de mim e de todos aqueles que, como eu, querem lutar por um futuro melhor. Quero dizer aos meus filhos e às gerações por nascer que neste próximo 5 de Outubro foi também por eles que celebrei. Em liberdade. Viva Portugal!

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