Museu em garagem é atração turística no centro da vila de Almeida

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MUSEU ALMEIDA

Um museu instalado na garagem de um homem reformado residente em Almeida, composto por mais de três mil peças, funciona como atração turística naquela vila fronteiriça do distrito da Guarda.

O espaço museológico, situado na rua Dr. Chegão, no centro histórico de Almeida, abriu as portas há cerca de 15 anos por iniciativa de Júlio Monteiro, de 72 anos, antigo funcionário do setor das águas da Câmara Municipal local.

O homem contou à agência Lusa que decidiu transformar a garagem em museu quando se reformou, para poder dar a conhecer ao público em geral e aos turistas os objetos que foi reunindo ao longo dos anos.

Júlio Monteiro tem muitos objetos pendurados e alinhados nas paredes e também amontoados em prateleiras, que mostra gratuitamente aos visitantes nacionais e estrangeiros que visitam Almeida.

Pelas contas do reformado, o acervo que possui tem mais de três mil peças, destacando que só na coleção de chaves, de várias épocas e feitios, reúne “quinhentas e tal”.

Na sua posse estão também fechaduras antigas, ferraduras, utensílios agrícolas (arados, manguais, jugos de bois, foices, etc.) e domésticos (potes, jarros, pratos, talheres, garrafas e garrafões empalhados, ferros para passar a roupa, panelas de ferro, candeias, candeeiros a petróleo etc.), balanças e pesos, relógios, entre muitos outros objetos.

Das várias peças, Júlio Monteiro valoriza de forma especial uma caçarola em ferro, que encontrou num terreno junto das muralhas de Almeida, e que atribui à época das invasões francesas (início do século XIX).

O colecionador conta que começou a juntar os artefactos antigos por “brincadeira” e nunca mais parou.

“Arranjei as coisas pelas freguesias. As pessoas deitavam-nas fora e eu ia-as apanhando, apanhava tudo. Ainda hoje, se vir uma peça [que foi deitada para o lixo] a apanho”, disse.

Os objetos estiveram muitos anos amontoados ao fundo da garagem, tendo decidido expô-los, para poder contribuir para a dinamização turística da vila histórica onde mora.

As visitas são gratuitas e na sua garagem pode entrar “qualquer pessoa”, afiança, destacando que tanto recebe visitantes nacionais como estrangeiros, nomeadamente espanhóis.

Quando o reformado está ausente de casa, é a mulher, Odete Monteiro, que franqueia a porta da garagem aos turistas.

“Entra aqui muita gente e há pessoas que até repetem” e regressam com amigos, disse à Lusa, referindo que o espaço é muito valorizado pelo público.

Para muitas pessoas “isto é mesmo um reavivar de memória”, afirmou, indicando que algumas até “já têm trazido algumas pecinhas” de casa para equipar o espaço museológico particular.

Os habitantes de Almeida sabem da existência do local e recomendam-no aos turistas, como faz o taxista José Balhessa, que o inclui nos pontos de interesse turístico da vila.

José Balhessa garante que as pessoas “gostam” do que encontram na garagem do casal Júlio e Odete Monteiro e que o projeto particular é uma mais-valia para a terra que faz parte das Aldeias Históricas de Portugal.

A antiga praça-forte de Almeida é considerada uma “joia” da arquitetura militar abaluartada.

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