Feira Cultural de Coimbra. Uma reflexão estratégica

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Hélder Rodrigues

Hélder Rodrigues

 

1. A necessidade que as pessoas têm A 2ª Feira Cultural de Coimbra realizada no Parque Dr. Manuel Braga, na primeira semana deste mês, foi globalmente um êxito! Sob vários aspectos, nomeadamente, localização (espaço central, amplo, arborizado, relvado ) e enquadramento (o rio de um lado, as Docas de outro), vasta oferta cultural (livros, música e canto, cinema, teatro, artes plásticas e visuais, dança), artesanal e gastronómica, que se traduziu por uma afluência em massa dos visitantes que fizeram da Feira um agradável local para passear, conviver, desfrutar. Foram seguramente muitas dezenas de milhares de visitantes, o que demonstra inequivocamente a necessidade que as pessoas têm de se encontrar e conviver à volta de um evento. Ora quando esse evento tem por tema central a cultura, então é oiro sobre azul!

2. Alguns dos pontos altos da Feira Cultural Foi bom, olhar para a multidão que invadiu a Feira Cultural (principalmente aos fins de semana) e ver; jovens bonitas de calções curtinhos e apertados de braço dado com namorados sorridentes, casais jovens passeando bebés de carrinho ou a dar passos inseguros, casais adultos que vieram aliviar “stresses” que a vida consigo traz! Foi bom, ver a participação intensiva de agrupamentos artísticos e culturais de Coimbra e da sua Região (a começar pelos jovens e crianças das Escolas). Não só por motivos económicos, mas pela motivação que traz aos milhares de pessoas que na Região se dedicam à Arte e à Cultura e que terá que ser sempre um traço distintivo desta Cidade do Conhecimento. Foi bom, entrar em stands de artesanato de todo o País e observar maravilhado peças que o nosso povo do interior fabrica com carinho, preservando, à custa sabe-se lá de quanto esforço, tradições milenares! Foi bom, ver aquele Largo do Coreto repleto de gente assistir a grandes actuações e saboreando; caldo verde fresquinho, gigantescas sandes de presunto com queijo da serra, sandes de leitão de chorar por mais, papos de anjo delicioss de fazer crescer água na boca!

 

3. Os Livros. Uma situação a pedir melhorias Houve, todavia, alguns aspectos que merecem alguma reflexão para que o êxito da 3ª Feira Cultural seja ainda maior e a transforme num caso exemplar a nível nacional. É o caso dos Livros! É preciso aproximar mais os Livros, os livreiros e os autores do público. Utilizando estratégias positivas de atracção, sedução e conquista! Criando um espaço central (em contraponto ao do coreto) exclusivamente dedicado aos Livros. Em círculo, com um palco ou uma tenda ao meio da Praça, sempre em funcionamento; apresentação de livros, tertúlias de autores, críticos e leitores, poemas e intervenções literárias por quem se queira exprimir, entrevistas, filmes, encenações. Em que se fale da importância da leitura, dos clássicos, do romance histórico, da Poesia, da narrativa e do ensaio, da literatura infantil, das crónicas de viagens. Para além dos stands (com cadeiras e mesas para os leitores poderem namorar o livro), tascas com vinhos e petiscos com nomes alusivos; Café-Bar Fernando Pessoa e Tasca Camões com Bife à Eça de Queiroz, pataniscas à Ramalho Ortigão, sobremesa à Miguel Torga! É preciso transformar a Feira do Livro num “Festival do Livro”! E se assim for, estou convencido que a próxima Feira Cultural ainda será melhor, para contento de todos nós!

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