Ensaio “Linhas vermelhas” de José Manuel Pureza é apresentado 2.ª feira em Coimbra

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José-Manuel-PurezaO livro do catedrático José Manuel Pureza “Linhas vermelhas”, no qual afirma que “Portugal acordou tragicamente tarde para a construção de um Estado amigo dos direitos das pessoas”, é apresentado na próxima segunda-feira em Coimbra.

O ensaio, publicado pela Bertrand, é apresentado em Coimbra por Maria Irene Ramalho e Alexandre Carvalho, na segunda-feira às 18:00 no Café de Santa Cruz, anunciou a editora.

Segundo a mesma fonte, estão também previstas apresentações da obra em Lisboa, na próxima quarta-feira, na Fundação José Saramago, no Porto, no dia 29, na Cooperativa Árvore, em Braga no dia 30, na Livraria Centésima, e em Évora, no dia 07 de julho, na Livraria Fonte das Letras.

Segundo o ex-líder da bancada parlamentar do Bloco de Esquerda, “não tivemos, nunca, em Portugal, um Estado de Bem-Estar consolidado e, por ser assim, nunca tivemos devidamente enraizada uma cultura de direitos sociais como suporte indispensável da prática dos direitos civis e políticos”.

Atualmente, analisa o catedrático de Relações Internacionais da Universidade de Coimbra, “a vivência incipiente de Estado Social” que Portugal teve, atualmente, “nos parece inexoravelmente longínqua e remetida para um passado sem remissão”.

Pureza alerta aliás para o facto de que este “discurso de remissão” é “uma prescrição de amnésia e de passividade”, uma narrativa que é uma “estratégia da diminuição da espessura dos direitos, do contrato social, de fragilização da mobilização social para os combates pela dignidade”.

“O Portugal do próximo futuro será evidentemente um país mais pobre, resultado da redução salarial generalizada, da brutal penalização das reformas e da perda de salário indireto, traduzida no esfacelamento prático das políticas de universalidade de serviços públicos essenciais como a educação, a saúde ou a segurança social”.

Para o ensaísta, “não se trata de uma consequência entre outras e muito menos de uma espécie de efeito colateral não desejado do programa de ajustamento”.

O ex-parlamentar defende que “o empobrecimento e a penalização do trabalho foi – e é – o núcleo essencial do programa da ‘crise-como-política’ concretizado em Portugal”.

Em comunicado enviado à Lusa, a Bertrand Editora afirma: “Para a ‘crise-como-política’ não há linhas vermelhas. A luta por essas linhas inultrapassáveis, sempre mais avançadas, em vista da transformação profunda dos mecanismos que as tornam necessárias, está no coração da identidade histórica da esquerda. Diante da pujança inédita da ‘crise-como-política’, ela é mais importante hoje que nunca. É dessa luta que dá conta este livro. E é nela que toma partido”.

José Manuel Pureza defende que “a luta por patamares de dignidade na organização social e económica”.

“A fixação dessas linhas divisórias e a mobilização das forças necessárias para isso são o objetivo maior da luta política no nosso tempo”, desafia o ensaísta, esclarecendo que, “é dessa luta que dá conta este livro”.

“E é nela que toma partido”, remata.

José Manuel Pureza, 57 anos, é catedrático de Relações Internacionais da Universidade de Coimbra e investigador do Centro de Estudos Sociais.

Entre outras obras, publicou ”Direito internacional da solidariedade?” (1998), “Para uma cultura da paz” (2001) e “Jovens e trajetórias da violência: os casos de Bissau e da Praia” (2012).

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