Os coreógrafos portugueses Rui Horta, Miguel Moreira e Paulo Ribeiro, “nomes incontornáveis” da dança contemporânea nacional, vão estar presentes no Mês da Dança, que se realiza este mês no Teatro Académico Gil Vicente (TAGV), em Coimbra.
A escolha dos três coreógrafos passou pelo objetivo de se apresentarem no palco do TAGV diferentes estilos “e diferentes percursos” da dança contemporânea portuguesa, sublinhou o diretor-adjunto do teatro, Mickael de Oliveira.
No dia 16, dá-se o primeiro espetáculo da terceira edição do Mês da Dança, com o espetáculo “Hierarquia das Nuvens”, de Rui Horta, que marca o regresso do coreógrafo “à dança pura, sem palavra nem gesto explicativo ou programático”, depois de vários trabalhos com a palavra e com atores, disse à agência Lusa Mickael de Oliveira.
O segundo evento da iniciativa vai decorrer no dia 22, com Miguel Moreira a apresentar “Pântano”, em que explora “uma dimensão de solidão e de decadência”.
No palco, vão estar os bailarinos Alan Falieri, Catarina Félix, Francisco Camacho e Romeu Runa, que são também cocriadores do espetáculo.
No Dia Mundial da Dança, 29 de abril, o ciclo de espetáculos de dança termina com um regresso de Paulo Ribeiro ao regime “de solo”, 24 anos depois, num espetáculo em que o artista se divide entre encenador e intérprete.
Em “Sem um tu não pode haver um eu”, o bailarino e coreógrafo com 33 anos de carreira aborda também “a solidão”, estando “um corpo só em palco, com dilemas, angústias” e “a ausência do amor”, referiu.
O diretor-adjunto do TAGV contou ainda que o espetáculo do atual diretor do Teatro Viriato, em Viseu, tem como base de inspiração o universo “melancólico” do cineasta sueco Ingmar Bergman.
De acordo com Mickael de Oliveira, há vontade de fazer com que o Mês da Dança continue a ser realizado todos os anos, realçando a receção “muito boa” deste evento por parte do público.
Este ano, para chamar as pessoas ao TAGV, foi lançado um passe para os três espetáculos pelo valor de 12 euros.