“Por mais musculado que seja o dispositivo de combate, por maior que seja a competência e resiliência dos operacionais e por mais coordenado que seja o planeamento de meios, ele poderá ser sempre insuficiente, se não existir uma mudança na política de ordenamento, na alteração dos comportamentos de risco e no reforço dos sistemas de prevenção estrutural e da vigilância da nossa floresta”.
Assertivo nas palavras, o presidente da Câmara de Penela deixou um alerta para todos e reconheceu que “infelizmente, nos últimos anos, se tem assistido a uma crescente desconsideração pelo planeamento, ordenamento e gestão florestal subordinados a regras desadequadas, com clara opção de uma política de reflorestação que tem expressão num coberto florestal tomado por uma expansão massiva de monoculturas que aumentaram substancialmente o risco e a propagação de incêndios”. Situações que, como reforça, “dificultam as operações de combate aos incêndios”.
Luís Matias falava na cerimónia que ontem testou, no Espinhal, o dispositivo especial de combate a incêndios florestais e que foi presidida pela ministra da Administração Interna. O autarca não mostrou receio das palavras e avançou contra a mais recente legislação florestal que “vem propiciar a captura dos territórios pelas monoculturas, desconsidera a implementação de modelos de gestão florestal sustentável adaptadas às condições ecológicas locais ou à necessidade de reduzir a biomassa”.
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