Opinião – O milagre da multiplicação dos pais

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Santana-Maia Leonardo

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Com a chegada ao poder da geraçãoSexo, Drogas & Rock and Roll”, o culto do efémero e do prazer tomou conta do espaço público, fruto do individualismo exacerbado desta geração que se considera o consumidor final da nossa civilização.

A legislação que PS, PSD e CDS se preparam, neste momento, para aprovar, estendendo aos padrastos e madrastas as responsabilidades parentais, reflecte o espírito egoísta de uma geração que não só já não educou os seus filhos, deixando essa tarefa a cargo dos avós, como, pelos vistos, também não está para cuidar dos seus netos.

Só assim se explica esta multiplicação artificial, por via legal, de pais e mães, transformando a criança num objecto que vai passando e mão em mão (ou, melhor, de mãe em mãe) na esperança de que alguém queira ficar com ela.

O casamento era até há bem pouco tempo uma instituição que tinha como finalidade fazer filhos, criá-los e educá-los. Ou seja, era uma instituição onde o direito dos filhos a crescerem e serem educados pelos seus pais se sobrepunha ao direito à felicidade individual de cada um dos membros do casal. O dever sobrepunha-se ao prazer.

Com a chegada da nova geração de governantes, o sexo tornou-se a chave da relação perfeita e o casamento transformou-se numa instituição para validar relacionamentos puramente sexuais e onde os filhos ganharam o estatuto de animaizinhos de estimação, sendo adquiridos e abandonados pelos mesmos motivos.

Esta geração de governantes bem pode alardear a superioridade cultural da nossa civilização. O problema é que não há nenhuma civilização, por muito evoluída que seja, que sobreviva sem descendência. Ora, o que parece é que a nossa civilização chegou ao fim da linha. Até porque a vida só faz sentido se houver, na nossa vida, coisas mais importantes do que ela e pela qual somos capazes de dar a vida.

Esta é uma das razões por que o fundamentalismo islâmico atrai hoje cada vez mais jovens ocidentais. Dá-lhes aquilo que a nossa civilização já não é capaz de lhes oferecer: um sentido para a vida e uma razão para morrer. É sempre mais reconfortante para um jovem morrer de arma na mão, a lutar por Deus, do que com uma seringa no braço, a lutar por Nada.

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