Sobrava-me razão quando em tempo aqui vim opondo-me à hipocrisia que, em AG da AAC-OAF, ressuscitava, situações, que deviam, como Amigos da Académica (como se dizem) calar e entender e medir em termos hábeis na dimensão e consequências que têm, sem as distorcer por “ódios” pessoais, capeados em duvidosa moralidade, insisto. Isto se não nos sentirmos obrigados, como me sinto, à gratidão para com JES que sacrificou, nome, família e bens pela Académica e por mais ninguém.
Sobre a triste AG pairou a hipocrisia. Lá estavam os hipócritas, calados, afilando o nariz, esticando as orelhas, prolongando o facies, como Eça diz, quando levado a terreiro por ofensas que não fizera a Bolhão Pato que se reviu troçado no Palma Cavalão dos Maias. Houve mesmo alguém (que eu não sabia) que de tanto se apalpar não resistiu e exclamou acacianamente: É comigo! Anotei. Mas não foi só Eça que esteve presente na AG, feita ridícula, se o assunto sério não fosse. Ergueu voz um “Napoleão”, sobressaindo-se de outros que calaram o ódio.
Vieram a terreiro, logo afastados pelos “Gargantas”, pela sua “capacidade persuasiva”, os “Bolas de Neve”. Proclamou-se o abandalhamento da Ética, desfeita a secular solidariedade Académica, que aqui exemplifiquei, quando se diziam revoltados pela ética. Ouviu-se gritar que “qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo” enquanto “qualquer coisa que ande sobre quatro patas ou tenha asas é Amigo.” Soube-se que os sócios da Académica são todos iguais, mas também se ficou sabendo que uns são mais iguais que outros. Dimensionou-se estrepolentamente o particular como Universal: todos se sentem, todos se incomodam, todos condenam.
Mas a AG da AAC.OAF, não foi só um orwelliano arremedo grotesco de um grupo que não ganhando o poder nas urnas, o quer ganhar falseando razões estatutos e mais de tudo a Lei Geral (cf. Roque Laia – Guia das Assembleias Gerais – 7ª Edição, pg.202 : “Só constituem «ordem dos trabalhos» os assuntos, que no aviso convocatório tenham sido indicados como objecto da discussão”, isto para “acautelar a própria colectividade de discussão imprevista de qualquer assunto, da necessidade de a defender dos grupos que na massa associativa se poderiam formar, não só para a desviarem do seu objectivo, mas, até, para se conseguir obter resoluções que favorecessem esse grupo…)”.
Para além deste processo “revolucionário” a lembrar George Orwell, assistiu-se a um regresso aos antidemocráticos tempos do PREC, que se pensava, não voltarem, tão lamentáveis foram. Com sabor prequiano o inúmero número de inscritos para falar contra JES, mesmo que nada dissessem, dissessem mal ou malcriadamente, mentissem e prolongassem o dizer para além do admissível, repetindo-se; as interrupções (sustidas pelo Exmº Presidente da Mesa, é certo, mas incomodativas) a todos os que ousaram estar contra o status quo criado, colocando-se ao lado do Presidente da AAC-OAF; o desviar a discussão para temas fora da Ordem de Trabalhos e finalmente, como girândola do antidemocrático, a apresentação de um Requerimento/Moção (indefinido – era Requerimento ou Moção? -. mal formalizada, desvirtuando a Ordem de Trabalhos e requerendo o que se chamava e chama a “Rolha das AG”, isto é o pedido de aceitação-votação com prejuízo dos oradores inscritos. Inútil, porém. Como ensina Roque Laia, a decisão tomada sob a habilidosa acção tipo PREC, porque fora da Ordem de Trabalhos, é “um acto nulo, por si próprio, independentemente de haver ou não reclamação contra ele “ (id ib p 203 ). É histórico-lendária aquela Assembleia Geral do “Então é Grilo!” – Grilo é Você seu…”. Esta não lhe ficou atrás.