Já toda a gente o disse. Mas, sim, se há banda de culto em Portugal, essa tem um nome, um rosto e uma voz: Mão Morta e Adolfo Luxúria Canibal. Mas o culto é também pela insistência – que os tempos e quem os faz têm tornado necessária – com que vão pintando o país, ontem como hoje em tons de negro.
Em “Pelo meu relógio são horas de matar”, o novo álbum dos Mão Morta, diz quem sabe, “convivem pelo menos duas vocações, omnipresentes ao longo da carreira, duradoura e influente, da banda de Braga: o realismo duro com que se pinta, a cores escuras, o Portugal contemporâneo e a catarse a que canções de rock opressivo e selvagem invariavelmente convidam”. Realismo e catarse convocam agora o encontro ao Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), em Coimbra, sala a abrir a “tour” a que a banda chamou “Horas de matar”.
O concerto está marcado para esta sexta-feira, 6 de fevereiro, a partir das 21H30. Em palco, Adolfo Luxúria Canibal, Rafael do Vale, Miguel Pedro, Pedro Costa, Vasco Vaz e Joana Lomgobardi.
Enquadrado pela “polémica” levantada nas “redes sociais” com o vídeo de apresentação, “Pelo meu relógio são horas de matar” tem uma “relação direta com a realidade atual do país”, como, na altura do lançamento do álbum que assinala 30 anos de carreira dos Mão Morta reconheceu Adolfo Luxúria Canibal, que, no entanto, sublinhou a “importância da ficção como forma de dar resposta a algumas questões”.
“Irmão da solidão”, “Hipótese do suicídio”, “Nuvens bárbaras”, “Pássaros a esvoaçar”, “Preces perdidas”, “De coração aceso”, “Mulher clitóris morango”, “Os ossos de Marcelo Caetano”, “Histórias da cidade” e “Horas de matar” são os 10 temas que fazem o álbum. E que, certamente, farão o concerto desta sexta-feira.
Décimo sexto álbum dos Mão Morta, lançado em maio de 2014, em junho “Pelo meu relógio são horas de matar” entrou para os primeiros lugares do top nacional de vendas.
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