O Partido Socialista quer que o Governo esclareça o processo de transferência do hospital de Cantanhede para a Misericórdia e quais os serviços que esta unidade assegurará e os preços que os utentes irão pagar.
A população tem o direito de saber “o que está a ser negociado” no processo de transferência do Hospital Arcebispo João Crisóstomo, em Cantanhede, para a Misericórdia desta cidade, sustentam os presidentes da Federação Distrital de Coimbra e da Comissão Concelhia do PS de Cantanhede, respetivamente Pedro Coimbra e Pedro Carrana.
O hospital de Cantanhede é “um bem público, que afeta milhares de pessoas”, sustentam os dirigentes partidários, numa “carta aberta” ao ministro da Saúde, Paulo Macedo, hoje divulgada e enviada à agência Lusa.
“É um direito dos trabalhadores do hospital saberem o que está a ser preparado e que impacto” terá “para o seu futuro” a privatização deste estabelecimento, sublinha o documento.
A falta de esclarecimentos e a “ausência de transparência” neste processo tem provocado “alarmismo” nos cidadãos e no “conjunto de trabalhadores” do estabelecimento hospitalar, afirma o PS, sublinhando que a situação está a provocar “fundados receios e instabilidade social quanto à preservação dos serviços de saúde que assistem à população”.
Na carta aberta a Paulo Macedo, os socialistas convidam ainda o ministro a “visitar o Hospital de Cantanhede” e a prestar “as informações e esclarecimentos que se impõem”.
Importa clarificar que “serviços de saúde serão garantidos à população” e “quanto terão de pagar por esses serviços as populações” ou se “vão ser eliminadas valências médicas” e se vai “ser dispensados pessoal médico, de enfermagem e/ou auxiliar”, exemplifica o PS.
A portaria 82/2014, publicada em abril, “evidencia a tomada de decisão do Governo relativamente à privatização do Hospital Arcebispo João Crisóstomo” (a unidade “deixa de figurar” no Serviço Nacional de Saúde), afirmam os dirigentes socialistas, lamentando o “silêncio” da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro sobre o assunto.
O PS pediu uma reunião aos responsáveis da ARS para “obter todos os esclarecimentos sobre a firme vontade do Governo de entregar o Hospital de Cantanhede à União das Misericórdias”, mas não teve qualquer resposta, salienta o documento, concluindo que “os profissionais do hospital e toda a população” merecem “respostas claras, a estas e outras questões”.