É mesmo necessário prender um cidadão fora do flagrante delito, e sem haver perigo de fuga, para ser interrogado sobre os indícios dos crimes que lhe são imputados?
É mesmo necessário para realização da Justiça que esse cidadão, depois de preso, esteja um, dois, três, quatro ou mais dias à espera do interrogatório para que, justamente, tinha sido preso?
Se é mesmo necessário, então porque é que não é aplicada a mesma medida aos magistrados quando são suspeitos de um crime, já que os magistrados só podem ser presos em flagrante delito?
O José Sócrates pôs fim a alguns dos mais escandalosos privilégios que havia na Justiça e na Política, em Portugal.
Por isso, o que espero é que esta humilhação pública a que está a ser sujeito não seja uma mera vingança daqueles a quem ele tirou alguns privilégios.
Acredito que um dia, em Portugal, a Justiça há de ser administrada de acordo com os seus fins constitucionais e sem suscitar dúvidas a ninguém de que seja uma vingança mesquinha e corporativa.
A Justiça não é vingança e a vingança nunca é justiça.
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