Suspeitos de incêndios do Caramulo vistos a passar juntos de mota por bombeiro

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O adjunto do comando dos Bombeiros Voluntários de Vouzela disse hoje ter visto os dois suspeitos da autoria dos incêndios da Serra do Caramulo juntos, na mesma mota, na noite de 20 para 21 de agosto de 2013.

Durante a terceira sessão do julgamento, que decorre na secção de proximidade de Vouzela, o depoimento do adjunto Alberto Alves deu força à acusação, em que é referido que, nessa noite, Luís Patrick e Fernando Marinho andaram de mota pela serra a atear vários focos, que resultaram nos incêndios de Alcofra, Meruge e Silvares.

Alberto Alves contou que, quando já estava com outros bombeiros a combater as chamas em Nogueira de Alcofra, viram um clarão no cimo da serra e vários focos de incêndio a surgir.

Segundo o adjunto, foi depois de ter pedido aos populares que se começaram a juntar que retirassem as viaturas de um cruzamento que viu Luís Patrick e Fernando Marinho a descer a serra, numa mota pequena.

“Estranhei eles virem de cima para baixo”, frisou.

Outro aspeto que disse ter estranhado foi o tamanho do veículo, o que o levou a dizer para um colega: “dois burros tão grandes em cima de um burro tão pequeno”. A mota que consta na acusação é uma ‘scooter’.

Luís Patrick e Fernando Marinho estão acusados, em coautoria, de um crime de incêndio florestal, de quatro homicídios qualificados e de 13 de ofensa à integridade física qualificada. Sobre o primeiro recai também a acusação de condução sem qualificação legal.

Na semana passada, Luís Patrick garantiu estar inocente, mas Fernando Marinho desmentiu-o, dizendo que o que está na acusação “é verdade”.

Fernando Marinho contou que Luís Patrick ateou os incêndios de Alcofra e de Meruge e ele o de Silvares (seis focos que se juntaram num só incêndio), depois de incitado pelo amigo.

Na semana passada, elementos da Polícia Judiciária e da GNR confirmaram que o incêndio de Alcofra foi o que provocou a morte a quatro bombeiros e ferimentos a outros 13, nos dias 22 e 29.

Hoje, o advogado de Luís Patrick voltou a tentar lançar dúvidas sobre qual o incêndio que provocou essas acidentes, com base nos registos de muitos que ocorreram na serra naqueles dias.

Marília Moita, chefe de sala do Comando Distrital de Operações de Socorro de Viseu, explicou que, numa fase inicial, “os incêndios são todos novos” e mais tarde é que “são associadas ocorrências”, com base na cartografia e em elementos recolhidos no terreno.

Por isso é que, segundo Marília Moita, apesar de inicialmente as mortes terem sido atribuídas ao incêndio de Silvares, depois se veio a concluir que tinham acontecido na sequência do reacendimento do incêndio que deflagrou em Nogueira de Alcofra.

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