O vice-presidente do grupo parlamentar do PSD Pedro do Ó Ramos defendeu hoje, em Viseu, a necessidade de o Governo intensificar a aposta na internacionalização do vinho português, atendendo à importância que tem na economia nacional.
“É um setor ainda muito disperso, uma vez que estamos a falar de pequenos produtores, e é importante que o Governo, através dos instrumentos que tem, ao nível comunitário e também nacional, consiga dar esse sinal para que a aposta na internacionalização seja, de facto, conseguida”, considerou.
Pedro do Ó falava à agência Lusa em Viseu, no final de uma reunião de deputados do grupo parlamentar do PSD com agentes do setor vitivinícola da região do Dão.
Na sua opinião, ainda que a marca Portugal esteja a ser bem vendida no estrangeiro, “ao nível dos programas, deve haver apoios específicos que possam ser canalizados para os produtores”.
“Acho que isso poderá fazer toda a diferença, ou seja, não só fazer uma aposta na marca nacional, mas também ajudar as associações, cooperativas e organizações de produtores a conseguirem essa internacionalização”, acrescentou.
O presidente da Comissão Vitivinícola Regional (CVR) do Dão, Arlindo Cunha, afirmou que dificilmente se conseguirá “promover o Dão, o Alentejo, a Bairrada ou os Verdes se as pessoas não souberem onde é Portugal”.
“É impressionante como, sendo um país com tantas tradições vinhateiras, quando se fazem estudos e inquéritos nos mercados de vinho sobre Portugal, há um défice incrível de notoriedade”, referiu, admitindo que, no entanto, “sobretudo nos últimos anos, têm-se reforçado muito a marca Portugal e, no caso do vinho, a marca ‘Wines of Portugal’”.
No entender de Arlindo Cunha, deve haver “uma continuidade desta política”, porque “não se pode ter sucesso se existir durante uma legislatura e depois na seguinte já não”.
“Se caminharmos nesse sentido, tenho a certeza de que, daqui a uma década, os vinhos portugueses serão muito mais conhecidos no mundo”, acrescentou, sublinhando que, quer o Dão quer outras regiões portuguesas têm “vinhos fabulosos, com uma grande relação preço/qualidade”.
Pedro do Ó Ramos justificou a visita do grupo parlamentar ao Dão com “o esforço que tem sido feito pela CVR, autarquia e sobretudo pelos produtores, para que, cada vez mais, o seu vinho seja reconhecido”.
“Depois de anos em que teve algumas dificuldades, hoje em dia sente-se a pujança desta região”, frisou.
Para Arlindo Cunha, “é hoje inequívoca” a qualidade do vinho do Dão, frequentemente reconhecida através de prémios ganhos em conceituados concursos mundiais.
“O Dão hoje está a afirmar-se, não por aquelas castas internacionais que todas as regiões têm, mas pela qualidade e pela diferenciação. Temos uma estratégia apostada na valorização das nossas castas tradicionais (Touriga Nacional, Encruzado, Alfrocheiro e Jaen) que, neste território e neste clima, fazem vinhos diferentes, frescos, elegantes, equilibrados e aromáticos”, acrescentou.