1. PATRIMÓNIO DA UNESCO – A propósito de notícias sobre a falta de divulgação da recente classificação de parte de Coimbra, vejamos, rapidamente e em perspectiva histórica: I) Em 17/03/1982, a Drª Matilde Pessoa de Figueiredo, então directora do Museu Machado de Castro (hoje já Nacional), “pediu a inscrição do Centro Histórico de Coimbra na lista do património Mundial. Em 7/06/1982, foi dado desfecho nesse sentido por S. Exª o Secretário de Estado da Cultura”.
II) ASSEMBLEIA MUNICIPAL. ( 27/10/1987 )-2ª reunião da 4ª Sessão Ordinária da Assembleia Municipal de Coimbra. Ponto 7-Proposta de classificação da Área Monumental da Cidade de Coimbra como Património Mundial-A propósito de aditamento feito na reunião anterior pelo então presidente da Junta de Freguesia de Santo António dos Olivais, Pignatelli Queiroz, “o presidente de Mesa lembrou que na última reunião foi aprovada uma proposta, como recomendação ao Executivo, no sentido de integrar na referida área o Mosteiro de Celas e a sua zona envolvente. O Executivo, na sua reunião última, deliberou por unanimidade e em minuta, incluir o citado Mosteiro e área envolvente, na proposta de classificação da Área Monumental da Cidade de Coimbra”(sic).
No entanto, e apesar das diversas deslocações aos Serviços Centrais, no Palácio da Ajuda sempre me afirmaram que nunca tinham recebido o processo por parte da Câmara! Nunca, por qualquer das partes tive conhecimento, até hoje acerca de (mais um) misterioso desaparecimento do processo! Recordo novamente, também o interesse do D. Mário Nunes e do GAAC por este desideratum. Perderam-se, pois, pelo menos, 25 (!) longos anos.
Com todas as destruições e perdas de Património Cultural destruído e desaparecido. Mas é tempo de, agora, avançar, com a Universidade de Coimbra todos seremos poucos para salvar a valia que ainda hoje possuímos.
2. VISITA DE S. M. O REI DE ESPANHA E OLIVENÇA-TERRITÓRIO PORTUGUÊS, após ocupação por Espanha. Pode ser que, sem divulgação, o assunto fosse, como sempre deveria ter sido, abordado pelos dois Chefes de Estado. Português desde 12/09/1297 (Tratado de Alcanises) e mandado povoar por D. Dinis “por gente portuguesa”, que lhe entregou carta de foral em 4/01/1298. A partir daí defendeu-se, com êxito, de diversos ataques ( 16 ) dos exércitos espanhóis. Finalmente, perante a inépcia dos nossos “responsáveis”, a vila capitulou perante Espanha, que a “devolveu” a Portugal em 1668.
Finalmente, sob a pressão napoleónica, entregou-se sem resistência; em 1801, com uma cláusula secreta que atraiçoava a devolução (?) assinada entre Espanha e os nossos “amigos de Peniche”, os ingleses; o tratado de Amiens ( 25/03/1802 ), mencionava a traição; mais uma vez, “em 15/04/1811 a praça foi reconquistada pelas tropas anglo-lusas do comando de Beresford”, general inglês, mas este entregou o território aos Espanhóis; etc, etc..
O Congresso de Viena, iniciado em 27/09/1814, inseria no Tratado de Viena ( 9/06/1815 ), graças à notável acção dos nossos diplomatas, um artigo ( 105º) que determinava: “As potências, reconhecendo a justiça das reclamações do S.A.R., o Príncipe Regente de Portugal e do Brasil, sobre a vila de Olivença e os outros territórios cedidos à Espanha pelo Tratado de Badajoz de 1801, os dois Reinos de Península… se obrigam a empregar por meios conciliatórios que se efectue a retrocessão dos ditos territórios a favor de Portugal”.
Pois sim, este e outros territórios portugueses, apesar da “permanente” Comissão Permanente de oficiais dos dois países a quem caberia solucionar as ilegalidades espanholas, continuam naquele país. E Gibraltar, senhores espanhóis, é vossa? “Até quando” nos calaremos perante o remanescente imperialismo espanhol? À parte: porque é que a bandeira aprovada pela República – e agora a Portuguesa – tem o vermelho da Espanhola?…