Opinião – Sophia

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Fernando Regateiro

Fernando Regateiro

Saúdo o reconhecimento de Sophia de Mello Breyner Andresen pelo Parlamento – no passado mês de Fevereiro, os deputados decidiram, por unanimidade, a trasladação dos seus restos mortais para o Panteão Nacional.

O acto foi concretizado ontem, quando já passam dez anos sobre a data da sua morte, a 2 de Julho de 2004.

Neste reconhecimento, é honrada a universalidade da sua mensagem poética e a “mulher digna, a cidadã corajosa, a portuguesa insigne”.
Em tempo de crise de valores e de todas as crises, sabe bem o reconhecimento de concidadãos que pautaram a sua vida por princípios de verdade e de integridade na defesa intransigente da liberdade e da justiça.

Porque “Vemos, ouvimos e lemos / não podemos ignorar”, saberia também muito bem que este reconhecimento servisse os vivos como armadura contra interesses, nepotismo e compadrios.

Como servirá de incentivo, na luta pela dignidade do viver humano, o seu “Pranto pelo dia de hoje”:

“Nunca choraremos bastante quando vemos / O gesto criador ser impedido / Nunca choraremos bastante quando vemos / Que quem ousa lutar é destruído / Por troças por insídias por venenos / E por outras maneiras que sabemos / Tão sábias tão subtis e tão peritas / Que nem podem sequer ser bem descritas”

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