1 Coimbra e a Região Centro – Percorro as informações que me chegam, através das mais diversas fontes, sobre Coimbra e a Região Centro. O que vejo deixa-me confuso e com sentimentos contraditórios. Por um lado; satisfeito! Por outro; surpreendido, perplexo e triste!
2 Uma Região Centro de grande vitalidade
Fico satisfeito quando vejo que a Região Centro está todos os dias, por boas razões, na Comunicação Social. Promovida por uma máquina comunicacional bem oleada, alimentada por uma vitalidade enorme e esfuziante da maioria das cidades que a constituem e que fazem pela vida. Anunciada como a região do país com maior potencial de desenvolvimento turístico, tem boas razões para o ser. Porque tem boa e variada gastronomia, belas paisagens para ver, serras para subir e respirar, praias doiradas para bronzear, aldeias para descansar, locais de desporto para praticar, altares para rezar! Por isso mesmo, a Região Centro é palco frequente de foruns e congressos onde são delineadas estratégias com a presença de representantes do Governo, se estabelecem acordos com as regiões fronteiriças de Espanha para o estabelecimento de um corredor atlântico que será dotado de linhas ferroviárias modernas e onde se estabelecem acordos com universidades para o desenvolvimento regional do Noroeste de Portugal!
Fico satisfeito ao ver esta dinâmica imparável da Região Centro, ao fim e ao cabo a minha Região; comecei a gatinhar na Figueira; vou ao leitão à Bairrada, às enguias em Aveiro e aos filetes de Alfaqueque em Peniche; ao carnaval da neve na Estrela; faço Termas em S. Pedro do Sul; visito a Batalha e Alcobaça; rezo em Fátima; adoro a franqueza da gente da Beira e a bravura dos homens do litoral, tudo isso envolvido em memórias e vivências que me marcarão para toda a vida! Afinal nasci na Região Centro e vibro, naturalmente, com o seu desenvolvimento!
3 Coimbra e a Região Centro abrem os braços ao Mundo! Mas ao mesmo tempo fico surpreendido, perplexo e triste! Coimbra a cidade da Região Centro mais conhecida e prestigiada a nível internacional, que deveria ser a marca, a referência e a catalisadora de toda esta dinâmica raramente lá está no centro do furacão! Dez séculos de História não podem ser apagados por 3-4 décadas de apatia! Coimbra tem um passado que não engana. Tem pontos fortes e mais-valias que não podem ser esquecidas nem desperdiçadas! Coimbra, com esta oportunidade caída do céu de Património Mundial da Unesco, começa dar sinais de despertar, embora tímidos, pontuais, e não obedecendo a uma estratégia ampla e ganhadora!
Coimbra não pode continuar a ser “A Bela Adormecida”, num Mundo em profunda transformação! Coimbra, tem que definir rapidamente que cidade quer ser nos próximos 30 anos! Se está a altura de ser a “Cidade Universitária do Mundo Lusófono” que todos lhe reconhecem que é! Se quer ser a Cidade do Conhecimento, da Saúde, da Cultura, do Desporto que todos queremos que seja!
E duma vez por todas abrir os braços fraternos à Região Centro e ligados intimamente entre si, abrirem os braços ao Mundo! Porque, caros leitores amigos, Coimbra não pode viver sem a sua Região Centro, mas a Região Centro também não pode viver decapitada sem a sua amada Coimbra! Seria um erro imperdoável para o futuro de Portugal e das gerações vindouras!