Vários espaços de habitação e serviços da área rústica da ‘villa’ romana do Rabaçal, no concelho de Penela, foram identificados durante um campo de trabalho arqueológico que termina na sexta-feira, informaram as entidades promotoras.
Segundo o coordenador Miguel Pessoa, os trabalhos pretenderam “interpretar as instalações agrícolas e domésticas, onde viviam os servos que se ocupavam dos variados trabalhos que tinham lugar nas terras de semeadura, na mata, nos pastos, na vinha, no olival, no pomar, na horta e no linhal da respetiva extensa herdade que constituía a propriedade”.
Em simultâneo, decorreram ações de recuperação da casa da nora, no núcleo das nascentes, manutenção do balneário e, na área do palácio romano, trabalhos arqueológicos destinados a avaliar o estado de conservação dos mosaicos de alto valor artístico.
De forma a definir as medidas necessárias para a sua conservação e apresentação pública, está em curso a realização de registos gráficos e tecnológicos pormenorizados dos pavimentos decorativos, cuja herança, com mais de 15 séculos, “cumpre preservar e transmitir aos nossos vindouros”.
O campo de trabalho, que conta com meia centena de participantes, entre técnicos, investigadores, autarcas, população e voluntários, alguns vindos de várias zonas de França, foi promovido pelo município de Penela, União de Freguesias de S. Miguel, Santa Eufémia e Rabaçal e Associação de Amigos da Villa Romana do Rabaçal.
A iniciativa assinala também o 30.º aniversário das descobertas arqueológicas da vila romana do Rabaçal, cujo espólio recolhido ao longo das escavações se encontra no Espaço-Museu.