Quercus alerta para poluição e falta de gestão no Paul de Arzila

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PAUL DE ARZILA LC

A associação ambientalista Quercus alerta para a poluição e a ausência de gestão ativa dos habitats na Reserva Natural do Paul de Arzila, exigindo medidas de proteção adequadas à preservação daquele espaço natural.

Em comunicado, a associação ambientalista lembra que passam hoje 26 anos da criação daquela reserva natural – situada a 11 quilómetros a oeste da cidade de Coimbra, na margem esquerda do rio Mondego – e que abrange uma área de cerca de 535 hectares (nos concelhos de Coimbra, Condeixa-a-Nova e Montemor-o-Velho), onde estão identificadas 126 espécies de fauna e flora.

No texto, a Quercus exige a “regularização urgente dos sistemas de tratamento de efluentes domésticos e industriais, assim como, a proibição do uso de agroquímicos na agricultura que se realize nas imediações”.

Alega, a esse propósito, que o Paul tem vindo a ser afetado, ao longo dos anos, por vários fatores de agressão que “degradam o ecossistema e colocam em causa os objetivos propostos” aquando da criação da reserva natural, “sendo exemplo disso a drenagem de solos para a agricultura intensiva, o crescimento dos aglomerados urbanos, a implementação de unidades industriais, a poluição provocada pelo mau funcionamento ou inexistência de estações de tratamento de resíduos e pelo uso de substancias químicas na agricultura e a extração de inertes nos cursos de água”.

O condicionamento do uso dos terrenos agrícolas de caráter intensivo e a criação de programas de incentivo e apoio às práticas de agricultura tradicional são outras medidas exigidas pelos ambientalistas.

A Quercus considera ainda “absolutamente indispensável” a implementação de ações de restauro da zona húmida do Paul de Arzila “com vista ao seu desassoreamento e para diversificar os habitats aquáticos”.

Lembra, por outro lado, que a reserva natural foi criada com o objetivo de proteger e conservar os valores naturais, nomeadamente os elementos geomorfológicos, a flora e fauna específica residente e migradora e os respetivos habitats.

A criação da reserva natural, a 27 de junho de 1987, visou ainda promover o ordenamento do território e a criação de condições parra que fosse visitada “para fins científicos e recreativos”, nomeadamente para a observação de aves, mas a Quercus alerta para a necessidade de “repensar todo o modelo de visitação da área”, que classifica de “desordenada”, alegando que a resposta disponível “é inadequada e não responde à procura existente”.

A associação frisa ainda que a existência de um campo de treino de caça no interior da reserva natural “é também algo contraria os objetivos de proteger e conservar os valores naturais” ali existentes.

Outros fatores de ameaça identificados são a plantação de monoculturas de eucalipto nas áreas adjacentes ou a proliferação de espécies exóticas infestantes, sustenta.

O Paul de Arzila, explica a associação ambientalista, “é uma das últimas zonas húmidas do vale do Baixo Mondego”, com fatores geográficos, extensão e cobertura vegetal adequados à fixação e desenvolvimento de diversas comunidades, possuindo habitats com relevância”.

É local de nidificação, refúgio de inverno e paragem para várias espécies de aves, nomeadamente da águia-pesqueira, garça vermelha, o tartaranhão ruivo dos pauis ou o goraz, entre outras.

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