Obras da coleção de Julião Sarmento no CAV em Coimbra

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 Paulo Furtado&Afonso Macedo

O olho do tigre. Obras da Coleção Sarmento” é a exposição que o Centro de Artes Visuais (CAV), em Coimbra, inaugura este sábado, às 22H00. Com curadoria de Ana Anacleto, a exposição estará patente no magnífico espaço do Pátio da Inquisição até setembro próximo. A não perder esta “retrospetiva” pessoal da arte contemporânea internacional das últimas décadas. Na inauguração, a música fica a cargo da dupla Afonso Macedo & Paulo Furtado.

Ao DIÁRIO AS BEIRAS, Ana Anacleto explicou o projeto: “Surgiu de um convite a pensar numa pequena exposição para um espaço em Lisboa, a Appleton Square, onde esteve em janeiro. Depois, Albano Silva Pereira, muito generosamente, achou que fazia todo o sentido trazê-la a Coimbra, porque as peças são de autores fundamentais da arte contemporânea internacional. Depois há também o significado de Julião Sarmento para Coimbra e para o próprio CAV, já com um historial antigo de exposições e relações”.

Para a responsável pela exposição, “faz todo o sentido trazê-la a Coimbra, como faz todo o sentido manter a atividade cultural na cidade e mantê-la para além das fronteiras portuguesas, trazer contextos internacionais”. Também porque, sublinha, “neste lugar existe um passado, existe uma coleção construída igualmente numa intensa teia de relações” . E o facto é que esta exposição acaba por espelhar um pouco tudo isso: “a tradição de presenças internacionais na cidade, um público privilegiado, o Colégio das Artes a funcionar na Universidade de Coimbra com cursos de mestrado e doutoramento centrados nos Estudos Artísticos”.

E Ana Anacleto explicou ainda como foi selecionar as obras para exposição. “Era importante para mim que esta primeira apresentação pública da coleção mostrasse um lado doméstico – com muitas obras a fazerem parte do dia a dia do artista – que ela também tem”, disse. Outro critério foi o da “teia” de relações que representa. “Era importante ter obras de artistas que tiveram ou têm uma relação particular com Julião Sarmento”, salienta Ana Anacleto.

Por isso também, quem for ver a exposição percebe esse “universo geográfico de afetos e relações” de Julião Sarmento. Um universo de afetos e relações que passa, apenas a título de exemplo, embora significativo, por obras e nomes como Juan Muñoz, um artista espanhol falecido já e com quem Julião Sarmento teve uma relação de grande amizade. Rui Chaffes ou Fernando Calhau, “outro artista que partilhou com Julião Sarmento o início de carreira, tendo estado juntos nas Belas-Artes e mantido até à sua morte uma relação muito próxima de grande cumplicidade artística, estética e afetiva”. Depois há ainda nomes como Jorge Molder, Michael Biberstein, Lawrence Weiner, Marina Abramovic, Ernesto Neto, Rita McBride ou Nan Goldin.

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