Alcides Rainho, que chefia a Brigada de Homicídios da PJ de Coimbra, disse, ontem em tribunal que Ana Saltão (acusada de matar a avó do marido em Montes Claros) terá tentado esconder um ferimento que tinha na mão direita durante uma das diligências efetuadas pela PJ. O facto ocorreu quando ele e outro inspetor da diretoria do Centro foram a casa dos pais da arguida, na Figueira da Foz.
“A Ana tinha as mangas da camisola puxadas, só se viam as pontas dos dedos”, afirmou. Este gesto – que, segundo o inspetor, terá sido propositado para esconder a lesão – foi “determinante para o despacho da prisão preventiva”, disse, por seu turno, a advogada de defesa Mónica Quintela.
Alcides Rainho admitiu que quando se deslocaram à Figueira da Foz, os inspetores da PJ já tinham conhecimento do ferimento da arguida devido a um telefonema feito pelo marido de Ana Saltão ao inspetor titular do inquérito, José Cardoso, alertando para vestígios de uma ferida na mão da arguida.
Ana Saltão – que justificou o ferimento com uma queimadura enquanto cozinhava – aceitou submeter-se a um exame no Gabinete Médico-Legal da Figueira da Foz. O exame admite que a lesão é compatível com a queimadura invocada pela arguida.