Projeto sinalizou artigos na imprensa sobre o género e maioria são “problemáticos”

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MEDIA + IGUAL

O projeto Media+Igual, de Coimbra, sinalizou, ao longo de cinco meses, 456 artigos na imprensa relacionados com a igualdade de género e a maioria são “problemáticos”, havendo “uma presença significativa” de discriminação nos media.

O projeto, que começou em setembro de 2013 e que termina em junho, analisou artigos de noves títulos da imprensa regional e nacional, tendo observado que o “tema das mulheres e as questões ligadas às mulheres não estão na agenda mediática” e, quando aparecem, “são tratadas de forma sensacionalista”, referiu Carla Duarte, do Centro de Iniciativas Empresariais e Sociais, entidade que promove a iniciativa.

Segundo a responsável, aquando da análise dos artigos, foi observada a “reprodução de estereótipos e preconceitos que acabam por afirmar ainda mais a assimetria entre homens e mulheres”.

As mulheres com deficiências, que pertencem à comunidade homossexual ou a minorias étnicas, ainda estão “menos visíveis”, tendo “a dimensão masculina” uma maior presença nos órgãos de comunicação nacional, afirmou à agência Lusa Carla Duarte.

“Os media deveriam estar mais conscientes, de forma a se diminuírem as assimetrias”, defendeu a responsável, considerando que a própria formação dos jornalistas “deveria integrar esta dimensão de género, para haver uma comunicação social mais inclusiva”.

Dos 456 artigos problemáticas assinalados, o grupo, constituído por diversas associações, debateu 130 artigos, em reuniões abertas ao público, em que Carla Duarte gostava de contar com a presença “de profissionais da comunicação social”.

Todos os meses é editado um boletim com as notícias analisadas e que o grupo considera “mais problemáticas ou que se destacam pela positiva”, explicou.

Os nove títulos de imprensa analisados foram os jornais Diário As Beiras, Diário de Coimbra, Correio da Manhã, Diário de Notícias, Público e as revistas Maria, Caras, Happy Woman e Men’s Health, de forma a abranger “diferentes critérios” e a encontrar “uma maior diversidade”.

A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental, o movimento Graal, a SOS Racismo, a associação Não Te Prives e a União de Mulheres Alternativa e Resposta são as instituições que integram a Unidade Local de Análise de Imprensa.

A próxima reunião aberta será realizada na quinta-feira, às 14:00, na Casa do Chá, no Jardim da Sereia.

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