Opinião – O ano velho

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120208 RICARDO POCINHO INVESTIGADOR DE INFORMATICA LUIS CARREGARicardo Pocinho

Estamos hoje a chegar ao fim do ano de 2013, ano particularmente difícil que ficará a par de outros, na história do país, marcado pelo agravamento do desemprego, pelo aumento de impostos, pela redução de salários, pelos cortes nas pensões, pelo agravamento das taxas de acesso a serviços públicos básicos e pelo fim de alguns feriados.

A par disso, assistimos à manutenção do princípio da não punibilidade para alguns dos que exercendo cargos de gestão da coisa pública, tropeçam aqui e ali na legislação, e sem zelar verdadeiramente pela aludida coisa, permitem que obras novas tenham aspeto de velhas, consentem que pessoas sem qualquer tipo de conhecimento específico ocupem lugares de especialistas, consultores e assessores, autorizando ainda tudo e mais alguma coisa, sem qualquer sentido de gestão e de corte no desperdício… Este é o ano velho, mal tratado tal qual aqueles que por consequência de terem mais uns anos assim são considerados.

Um ano que se traduziu em mais do mesmo, com uma receita desajustada e pouco imaginativa, que teimosamente foi servida aos Portugueses. Mesmo com o conhecimento que a triste iguaria não seria do agrado da maioria, faria mal à maior parte, e apenas seria como “manteiga em nariz de cão” para os gulosos da nação, que a saboreiam até à última gota, espremendo tudo o que podem, sendo que daqui não se pode inferir que tudo é aproveitado, mas antes que a maioria está absolutamente espremida.

Do ano que agora chega ao fim têm que ser tiradas grandes lições, pois por ser o ano velho deve trazer, tal qual os que carregam nos ombros o peso dos anos, a sabedoria que os mais idosos transportam. Não podemos para sempre continuar a cometer os mesmos erros, o país tem que avançar, tem que ser dado a quem trabalha e a quem investe um sinal claro de esperança e confiança na nação.

Aos que não trabalham tem que ser dado o apoio necessário, com medidas eficazes, que não só permitam às pessoas viver, mas também o regresso ao mercado de trabalho.

Aos casais tem de ser permitido sonharem, amarem e terem filhos, pois os 7000 bebés que não nasceram neste ano, agora velho, são o maior sinal de empobrecimento de uma sociedade.

Aos reformados tem que se lhes permitir viver com a garantia que trabalharam uma vida inteira cumprindo as regras contributivas impostas por aqueles que agora, e no momento de se verem assistidos, alteram as regras.

Às crianças e jovens teremos de permitir que façam opções, que tenham no seu país as mais básicas condições para serem educados, para crescerem e para trabalharem…

Ao contrário de outros, nunca sugeriria a ninguém a emigração, mas neste caso peço ao ano velho que vá embora e para bem longe…

 

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