Chegados ao Natal, quase no limite do ano mal amado de 2013, muito pouco haverá a dizer. Esta época é da família, da nossa e dos outros, com as quais sou profundamente solidário.
O meu presente de Natal, da família do basquetebol, foi-me dada pelos atletas das seleções distritais que, durante uns dias partilharam experiências, trabalho e aprofundaram amizades.
Foi uma prenda de Natal como certamente não haverá outra. Foi bom perceber que conquistei novos amigos e amigas. Vamos conquistar coisas boas num futuro próximo. Dizem que o que fica na história são as vitórias. É falso que assim seja. As vitórias são episódios, não são vida. O que ficará para a história, para a nossa história coletiva, é o que em conjunto formos capazes de realizar. As conquistas virão depois!
Outra prenda da nossa família natural é o facto de estarmos juntos, determinados a conquistar novas amizades, a ultrapassar dificuldades, a exigir respeito e a respeitar os outros.
Mas a minha preocupação e pensamento vai para as famílias que não são tão felizes como eu. Ou aquelas que, embora o simulem, mantêm uma profunda dor no coração. Para os jovens que tiveram de transportar a sua vida para outras partes do mundo, para as famílias separadas por necessidade, para os desempregados, para os meus amigos que se encontram hospitalizados desejando a sua rápida recuperação.
Com o ouvido atento e olhar fixo no crepitar do lume, passa-me pela memória os bons momentos que passei em família. Lembrar pais e avós que nos deixaram é um ato de justiça e de sensibilidade. Cada um de nós teve a sua juventude, a sua infância feliz. Penso sobretudo nas crianças que vão crescer sem um afago da mãe, que nunca souberam o que foi, a quem a sociedade tem de respeitar e oferecer o melhor.
Inclino-me respeitosamente pelos idosos mais carenciados tão pouco respeitados pela nossa sociedade. Não o foram antes, não o são agora.
É pelos que sofrem que eu festejo o Natal. A festa não só da minha família, mas da família.