O padre e ex-vice reitor do Seminário do Fundão, que está acusado de 19 crimes de abuso sexual de menores, conhece a decisão do tribunal na segunda-feira, às 15H00, no Fundão.
O julgamento começou no dia 19 de setembro e decorreu à porta fechada para proteger as vítimas menores, mas a leitura do acórdão, que ocorre quase um ano depois de o padre ter sido detido – a 07 de dezembro de 2012 – já será pública.
Ao longo destes meses foram realizadas várias sessões, sobre as quais nunca foi relevado qualquer pormenor à imprensa que regularmente marcava presença à porta do tribunal.
De acordo com a acusação, Luís Mendes, 37 anos, terá abusado de seis crianças, cinco das quais alunos em regime de internato no Seminário do Fundão.
Das vítimas, apenas uma foi ouvida em tribunal, designadamente o jovem que terá sido abusado em 2008 (na altura tentou denunciar o caso, mas foi ignorado) e que comunicou os factos às autoridades já depois da detenção de Luís Mendes.
As restantes cinco crianças (internos do seminário), alegadamente abusadas entre 2011 e 2012, já tinham prestado declarações para memória futura.
A acusação refere que Luís Mendes terá agido sempre com menores que considerava “mais fracos emocional ou familiarmente”.
Os factos, descritos na acusação de forma pormenorizada, apontam para atos sexuais relevantes, que terão ocorrido numa escalada de frequência e gravidade, nos meses antes da detenção.
Na fase de inquérito, Luís Miguel Mendes negou os crimes e garantiu que só fazia “aquilo que um pai fazia a um filho”, tal como é referido na avaliação psicológica.
O mesmo documento conclui que o padre sofre de “perturbação da personalidade, com desvio no comportamento sexual” e alerta para o “risco de reincidência”.
O arguido encontra-se em prisão domiciliária desde o dia em que foi detido. Inicialmente, foi para casa dos pais em S. Romão (localidade do concelho de Seia, de onde é natural) e mais tarde foi transferido para uma casa da Diocese da Guarda.