A greve que ocorrerá na próxima Sexta-Feira é mais do que uma resposta dos trabalhadores da administração pública e do setor empresarial do estado ao agoniante orçamento aprovado na semana que passou.
É uma necessária e imprescindível reação daqueles que um dia, por concurso público conseguiram um posto de trabalho, e entretanto viram o contrato que firmaram alterado por apenas uma das partes. Por imposição unilateral dos mesmos viram os vencimentos diminuídos, a progressão e os aumentos congelados, os subsídios subtraídos… e como se tal não bastasse, assistiram como todos ao aumento de impostos e dos bens essenciais como para qualquer um.
Para além do anteriormente aludido, medidas para as quais já se conheceram várias versões da data fim, podendo mesmo algumas delas virem a tornar-se irrevogáveis, ao contrário de outras coisas nesta novela governativa, não conheço nenhum caso em que a atitude zelosa que caracteriza aqueles que optaram por trabalhar na administração pública e no setor empresarial do estado tenha colocado em condição gravosa algum português. A sua capacidade de resistir está comprovada, que é quem mais ordena, e o fim público é para muitos mais importante que os honrosos, mas diminutos, 485 euros que o estado lhes paga.
O que está em causa nesta greve é a defesa do estado social, dos serviços públicos, pois só com funcionários públicos estes podem ser assegurados, pois não há serviços públicos entregues a privados.
É pois tempo de, unidos, demostrarmos com o nosso sacrifício económico, sim, porque quem faz greve perde um dia de vencimento, que não estamos dispostos a perder o que conseguimos, também unidos. Mais que os empregos, mais do que perdas de direitos, o que está em causa é o ataque desmedido aos serviços públicos. Com esta greve não se pretende a queda do governo, nem mais reestruturações feitas de forma apressada e em que levamos com mais do mesmo. O que se pretende é a mudança de políticas, pois este governo foi legitimado para governar, o que curiosamente é coisa que tem feito pouco. Porque o momento que o país atravessa é grave, eu faço greve.
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