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Por que perdeu as eleições?

Perdi as eleições por um conjunto de circunstâncias, em que colocaria à cabeça o PSD, a nível nacional. Basta olhar para o mapa para se ver que o partido foi castigado pelo seu desempenho na governação do país.

A agregação das freguesias também terá contribuído?

Sim. Embora eu não valorize tanto como ouço alguns valorizar. Vamos ser claros: o PSD teve melhor resultado do que há quatro anos – subimos em percentagem de votos e temos mais um vereador e um deputado municipal.

Os resultados teriam sido outros se o PSD tivesse concorrido sozinho?

Quanto muito, podia até ser pior. A coligação “Somos Figueira” foi uma vontade genuína de agregar pessoas e acho que é um caminho que se deve continuar. (…) Perdemos a câmara sendo a única candidatura que apresentou um programa. O doutor (João) Ataíde ganha sem apresentar uma ideia do que pretende fazer. Sentir-me-ia envergonhado ganhar as eleições nos termos em que João Ataíde as ganhou, sem explicar às pessoas o que vai fazer. Só com base naquilo que fez, é curto.

Gostava de voltar a ser candidato?

Gostava. (…) Sinto que esta campanha serviu para destilar uma série de pequenos ódios que existiam em relação a mim. Ao contrário do que se diz por aí, não vivo exclusivamente da política. Aliás, um dos erros da minha campanha foi não ter publicado o mapa de descontos que fiz para a Segurança Social, para se perceber que trabalhei mais no setor privado do que no público. Existe, na Figueira, uma ideia sobre o Miguel Almeida que precisa de ser desmistificada.

Teve muitos anos para a desmistificar…

Não tinha a noção que fosse tão aguda. Na política, mais vale cair em graça do que ser engraçado. O filho do sapateiro poder ser presidente da câmara dói a alguns. Não é fácil as pessoas aceitarem isso.

Vai recandidatar-se à Concelhia do PSD?

Ainda não fiz essa avaliação.

Sente-se mais confortável na oposição sem a Figueira 100%?

É evidente que agora a oposição é diferente, mas isso não nos deve levar a fazermos uma oposição do bota-abaixo. Jot’ Alves

Esta entrevista pode ser ouvida na íntegra na Foz do Mondego Rádio (99.1FM), na sexta-feira, às 21H00.