Nascida para os palcos de Coimbra a 29 de janeiro de 1980, nunca mais a Bonifrates deixou de estar presente e, em muitas circunstâncias, marcar decisivamente a dinâmica cultural e de intervenção artística e cívica da cidade. O que continua a fazer, mesmo em tempos de crise profunda como os que vivemos. Agora, pela primeira vez na sua história de mais de 30 anos, a Bonifrates – Cooperativa de Produções Teatrais e Realizações Culturais leva Shakespeare à cena, o que faz com um texto que, para Adriana Bebiano, é “um belo exemplo da vinculação de dramaturgo inglês [1564-1616] à dimensão carnavalesca da cultura popular”.

“As alegres comadres de Windsor” tem estreia marcada para esta sexta-feira, às 21H45, no Teatro Estúdio-Bonifrates, na Casa da Cultura de Coimbra.

Para João Maria André, responsável pela adaptação, dramaturgia e encenação do espetáculo, “era chegada a altura de a Bonifrates se aproximar desse grande dramaturgo, ousando a encenação de uma das suas obras”.

E, prossegue o encenador num texto a acompanhar o espetáculo, “dentro da identidade da Cooperativa Bonifrates, As alegres comadres de Windsor pareceu-nos uma escolha natural”. Exatamente por se tratar de “uma peça em que a problemática social, longe de estar ausente, constitui uma das suas marcas distintivas”. Por outro lado, destaca ainda João Maria André, “é abordada num registo de comédia, o que torna mais acessível a entrada no universo shakespeariano”.

Com adaptação dramaturgia e encenação de João Maria André sobre versão portuguesa de Francisco Ribeiro (Ribeirinho), “As alegres comadres de Windsor” vai ao palco com as interpretações de Adérito Araújo, Cristina Janicas, Eurídice Rocha, Francisco Paz, João Prata, José Castela, Maria José Almeida, Maria Manuel Almeida, Mariana Alves, José Nelas, Pedro Cardoso, Rui Damasceno, Vítor Carvalho. A cenografia e figurinos são de Filipa Malva, a música de João Loio e o desenho de luz de Nuno Patinho.