Anunciou o Presidente eleito da Câmara, que saúdo neste início de mandato, que submeterá à primeira Assembleia Municipal a revisão do regulamento da empresa municipal “Coimbra inovação Parque, E.M.” (CiP), que consubstancia um dos projetos mais distintivos da cidade.
De há muito que é sentida a necessidade de alterar as condições que permitam à CiP atuar num quadro de dificuldades que não se antecipavam no momento da sua conceção, pelo que sugeri à Câmara, em devido tempo, que a empresa fosse dotada duma pequena equipa de gestão altamente profissionalizada que prosseguisse uma gestão por objetivos, fixados pela Câmara de Coimbra, como entidade detentora da maioria do capital social.
Sem me querer imiscuir nas competências da Câmara, continuo a pensar que a CiP deve ser orientada para a entrega de resultados, sendo a sua gestão avaliada com base nos pressupostos definidos pelos acionistas, espelhados nos Planos de Negócios, e que as formas de financiamento a estabelecer pela Assembleia Geral terão de assegurar a sua viabilidade futura.
Enquanto antigo administrador da CiP, propus que se reequacionasse a oportunidade, estratégia e calendarização do plano existente para a zona de urbanização anexa ao Parque, face à diminuição da procura que se observava no mercado habitacional, agora muito mais severa.
A Câmara e a CiP deverão reorientar a sua estratégia de captação de investimentos externos, reavaliando os critérios de seleção das empresas a admitir no Parque Tecnológico e flexibilizando os perfis de entrada definidos, sem desvirtuar os objetivos centrais do projeto.
Em especial, a CiP terá de passar a atuar como pólo de dinamização empresarial e centro de pensamento estratégico, verdadeiro “think-tank” do desenvolvimento, não só de Coimbra mas da região circundante, articulando com o Centro de Congressos de S. Francisco o acolhimento e promoção de eventos de diversas valências industriais e empresariais de Coimbra e da região.
A CiP deverá realizar, de forma continuada, ciclos de debates, com programação anual, que se tornem numa salutar “tradição” empresarial, capaz de promover a região e de aglutinar os esforços das forças vivas desta (Empresários, Centros de Saber, Universidades, …), em prol do desenvolvimento sustentado. Também a realização regular de seminários e encontros técnicos internacionais projetarão empresas líderes aqui sedeadas e darão visibilidade a produtos e serviços, promovendo a região e a cidade como destino turístico e local aprazível para viver.
Por fortalecer a região, urge estruturar a colaboração da CiP com o Instituto Pedro Nunes, da Universidade de Coimbra, e com o Biocant Park, da Câmara de Cantanhede, que tornem efetiva e profícua a cooperação entre estas entidades, que visam o empreendorismo de base científica.
Pela óbvia complementaridade de ação que devem nortear o IPN e a CiP, recorda-se que havia, ao nível dos CA´s destas organizações de Coimbra, participações cruzadas, que se deviam não só restabelecer, como ampliar e fortalecer, para facilitar um entrosamento consequente.
Merece realce a vantagem de se criarem condições urbanísticas, na zona circundante do Parque da CiP, para instalar empresas não tecnológicas de dimensão significativa, e que existem áreas em que as competências, os valores e a missão da CiP podem ser valências importantes, a considerar pela Autarquia e restantes parceiros, para, por exemplo, ajudar a revitalizar centros comerciais em declínio, reconvertendo os mesmos em Ninhos de Empresas e Incubadoras, com os inerentes serviços de apoio.
Neste âmbito, e reconhecida a insolvência da ACIC, será hora da Câmara investir nos pavilhões desta associação, sitos na Relvinha, aí estabelecendo Ninho de Empresas Municipal, ou uma nova Incubadora de Empresas, em associação com a CiP e o IPN, por acordo ou parceria a estabelecer com os proprietários desses pavilhões, inicialmente cofinanciados pelo PEDIP.