Opinião – Prioridades

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LUIS PARREIRÃOLuís Parreirão

Os últimos dias têm sido pródigos na revelação pública, e para o grande público, de números caracterizadores da condição humana.

Todos eles, infelizmente, evidenciando uma mesma tendência.

Vejamos

120 Milhões

Após cinco anos de crise é este o número de europeus que já se encontram em situação de pobreza, ou ameaçados de nela caírem. Por referência refira-se que a população da União Europeia é de 500 milhões de pessoas e a da europa é de 750 milhões de pessoas.

2,5 Milhões

É o número de portugueses que está em situação de pobreza ou em risco de pobreza e de exclusão.

30 milhões

Em todo o mundo há trinta milhões de pessoas a viver em condições de escravatura.

1300

É o número de pessoas que, em Portugal, são forçadas a trabalhar em situação de exploração.

386

O valor médio, em euros, das pensões paga aos portugueses em 2009.

Certamente que se poderiam referir outros números e outros indicadores desta nossa realidade.

Não é o que se pretende.

O importante é que percebamos que a permanente e crescente criação de exércitos de excluídos terá consequências inevitáveis.

O importante é que percebamos que desde 1948 que o paradigma de sociedade que perseguimos é o que assenta nos princípios, entre outros, de que “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”, e que “ninguém será mantido em escravatura ou servidão”.

A nossa sociedade parece ter assumido, consciente ou inconscientemente, outras prioridades. Porventura ainda não se preocupou em antever onde é que a mudança de propriedades a poderá levar.

É que, pelo menos por esta vez, o que está em causa não é um confronto entre a esquerda e a direita. O que está em causa é o nosso percurso enquanto civilização, é o confronto entre a modernidade e a barbárie. Se todos nós, enquanto sociedade organizada, não somos capazes de perceber que a preservação e desenvolvimento do nosso modelo civilizacional é a nossa principal prioridade, então caminhamos inexoravelmente para o desaparecimento.

Será isto que todos queremos?

Ou estaremos só a deixar-nos conduzir por lideres sem história, sem alma, sem cultura, sem visão e sem ambição colectiva?

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