Centro interpretativo vai mostrar aldeia submersa por barragem

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FAIA

A aldeia da Faia, que ficou submersa com a construção de uma barragem no concelho de Sernancelhe, conta a partir de domingo com um centro interpretativo, para perpetuar as memórias da antiga povoação e as suas vivências.

De acordo com o vice-presidente da Câmara de Sernancelhe, Carlos Santiago, o Centro de Interpretação da Aldeia da Faia demorou cerca de um ano a ficar pronto e teve um custo aproximado de 200 mil euros, comparticipados em 70 por cento pelo PRODER, sendo da responsabilidade do município os restantes 30 por cento.

“Este espaço pretende ser uma memória àquela que foi a primeira aldeia a ficar submersa em Portugal com a construção de uma barragem. Esperamos que atraia ao concelho visitantes de todo o país”, explicou.

O equipamento vai albergar um espaço museológico que mostrará a Faia do antes e do depois da construção da Barragem do Vilar e pretende ser um espaço de encontro com a memória e a história de uma aldeia submersa na década de 1960 pelas águas do Rio Távora.

O arquiteto local Paulo Albino Ribeiro dos Santos é o responsável pelo projeto que aproveitou o antigo edifício da escola primária e, mantendo a sua estrutura, “inovou ao desenhar um espaço inspirado na barragem e no elemento água”.

Foi feita uma ampliação “construída em betão armado à vista, de forma elíptica com uma cobertura em vidro que suportará uma lâmina de água que, em conjunto com um som de fundo relacionado, criará a sensação de se caminhar pelo interior de uma barragem”.

Neste espaço vai estar exposto todo o espólio recolhido ao longo dos anos que relacionam as duas aldeias: Faia do antes e a Faia do depois da construção da barragem, com motivos fotográficos, relatos, notícias, entre outros.

Na década de 1960, Faia teve de “fugir” das margens e deslocar toda a povoação para o monte, com a população a procurar novas parcelas para cultivar e construir, mais longe do leito do rio, nascendo assim uma aldeia nova.

Além do espaço museológico, que tem por objetivo “perpetuar as memórias da antiga aldeia e as suas vivências, promover a etnografia e o artesanato locais, com especial destaque para a latoaria”, o Centro Interpretativo dispõe ainda de auditório e arquivo e “tem a ambição de ser também um espaço gerador de atratividade turística e cultural para a freguesia de Faia e para o concelho de Sernancelhe”.

O vice-presidente da Câmara de Sernancelhe sublinhou, ainda, que o espaço vai ser “uma sala de estudo em constante atualização, nas mais diversas áreas”.

A inauguração do Centro de Interpretação da Aldeia da Faia está marcada para as 10:00 de domingo.

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