António Jorge Pedrosa
Cada vez que penso sobre um assunto para esta crónica, sinto que estou a “inventar a roda”. Poderia escrever sobre o estado do nosso país e apontar os responsáveis pela atual crise política, mas julgo que os portugueses andam tão desanimados que já só querem saber como se sai deste buraco.
Depois penso que deveria escrever sobre o nosso concelho, mas a esquizofrenia dos “comentadores” de serviço, que ontem diziam que o nosso areal era um grande problema mas hoje já dizem que é “o melhor e o maior do mundo”, confunde-me.
Eis que decido fazer uma pesquisa no Google, com a palavra “irregularidades”. Surgem centenas de milhares de resultados. Entre muita palha, lá vamos encontrando algumas notícias e referências a “alegadas” irregularidades cometidas, nos últimos anos, neste canto da Europa.
Existem para todos os gostos e feitios. Irregularidades em concursos públicos para admissão de pessoal para organismos públicos e câmaras municipais, irregularidades na gestão de associações empresariais e clubes, irregularidades na concessão de espaços públicos a privados, irregularidades no licenciamento de urbanizações, irregularidades na adjudicação de obras, enfim a lista é infindável.
Mas, em boa verdade, prevalece uma enorme sensação de impunidade, uma vez que são poucos os que são constituídos arguidos. Talvez por falta de coragem dos denunciantes. Talvez por erros na investigação. Talvez os lóbis não permitam. Talvez a generalização também não ajude. Não sei, mas talvez algo não esteja bem.