Foi eleito para o segundo mandato como presidente do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC). Na atual conjuntura, particularmente difícil, quais são os principais desafios?
Há vários desafios. Uns são comuns a todo o ensino superior, a nível nacional e internacional, outros são relacionados com a situação em Portugal e com a nossa instituição. Um dos nossos maiores desafios é a sustentabilidade da instituição. A sustentabilidade financeira, mas não só, pois nos últimos tempos temos assistido a um grande ataque ao ensino politécnico. Nos últimos dois anos esse ataque assumiu formas muito evidentes, que nos levam a perspetivar que o ensino politécnico passará por momentos difíceis.
O que o leva a afirmar isso?
Estão a tentar fazer uma reorganização do ensino superior sem nunca se ter discutido o que está mal. Aquilo que se está a fazer, no fundo, é apenas, e só, uma tentativa de desmantelamento do ensino superior politécnico. Há, por exemplo, uma proposta de despacho do secretário de Estado do Ensino Superior que define regiões académicas, que mais não é do que uma divisão dos politécnicos pelas universidades. Se, de facto, se pretende reorganizar o ensino superior, há outras formas mais adequadas de o fazer. Não faz sentido juntar o Politécnico de Coimbra e a Universidade de Coimbra para coordenarem a oferta formativa. A universidade tem um tipo de ensino, nós temos outro tipo de ensino. À partida, os cursos que existem no politécnico não existem na universidade e os que existem na universidade não existem no politécnico.
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