O secretário-geral da Fenprof disse esta manhã que a adesão à greve de professores deve rondar os 90% e que há escolas em todo o país onde os alunos não estão a realizar os exames.
O sindicalista exemplificou com os casos das escolas de “Aljustrel, Alpiarça e Olhão, no agrupamento de Seia, onde não há exame nenhum, e a Escola Secundária da Quinta das Flores, Coimbra, onde, das 14 salas, em apenas três se realizaram os exames” de Português do 12.º ano.
Os 90% de adesão à greve previstos por Mário Nogueira não significam que 90% dos alunos não tenham realizado os exames, uma vez que foram convocados outros professores (que não estavam destacados para vigiar os exames) e encontradas soluções alternativas pelas escolas.
O secretário-geral da Fenprof classificou como “uma vergonha” a solução escolhida na escola secundária de Cinfães, [em Viseu] onde houve alunos que realizaram as provas em cantinas, ou o caso “caricato” de uma outra escola, “onde foram convocados 300 professores para apenas um aluno realizar o exame”.
Mário Nogueira sublinhou que a responsabilidade desta situação, que faz com que alguns alunos realizem o exame e outros não, é do Ministério da Educação, “que não quis acautelar a equidade”.
A guerra e troca de acusações entre ministério e sindicatos sobre a possibilidade de adiar o exame para outro dia continua hoje, dia em que a Fenprof “entregou de manhã um ofício ao ministério a exigir gravações do processo negocial”.
Mário Nogueira sublinhou, em declarações aos jornalistas, que “o objetivo da greve de hoje é negociar”: “Não estamos aqui para exigir a demissão do ministro, mas para negociar”.