Nuno Encarnação
Na passada semana assistimos a um encontro na Aula Magna em Lisboa que pretendia unir as esquerdas sobre a cátedra do Dr. Mário Soares. Cedo percebemos que o encontro mais servia para as esquerdas prestarem uma homenagem a este reputado Político Nacional do que encontrar convergências políticas.
Um encontro de uma geração que não arrastou as gerações mais novas. Esta Troika de esquerdas (PS, PCP e BE) não arrastou juventude, não apontou ideias, não falou em soluções e mais preocupante do que isso, não se uniu!
O PCP relembrou a este PS o memorando que escreveu, negociou e assinou que obrigou Portugal a tamanho esforço. O Bloco de Esquerda disse a este mesmo PS que o referido memorando deveria ser rasgado como condição base de qualquer entendimento.
O Dr. Soares exigiu que se acabasse de vez com a austeridade, exatamente o contrário do que defendeu da última vez que acolhemos cá o FMI quando este era Primeiro Ministro. Como é que o Dr. Seguro poderia em consciência estar num encontro destes?
Fez o que podia fazer, “gazetou” a tal aula, por mais magna que fosse. A desunião das esquerdas é notória.
O Dr. Seguro é um homem só num labirinto onde ainda não vislumbrou a saída.
Quando a direita (PSD e CDS) pede a convergência à esquerda (PS), esta foge.
E foge mais para a sua esquerda onde a mesma é rejeitada e não é acarinhada nem bem-vinda.
Enquanto o Dr. Seguro joga ao gato e ao rato o País pede que haja entendimentos.
O País já percebeu que entendimentos à esquerda são uma perfeita miragem. O Dr. Seguro a prazo perceberá seguramente o mesmo!