José Manuel Canavarro
O tema da adopção ou da co-adopção por casais do mesmo sexo é um tema complexo. O tema da adopção ou da co-adopção por casais heterossexuais é um tema igualmente complexo.
No plano da decisão por parte dos deputados, creio que esta deve ser livre. E foi assim no PSD.
Recentemente, vários partidos apresentaram no Parlamento projectos que “equalizam” o plano dos direitos relativos à adopção por casais hetero e homossexuais.
Para mim, a discussão global sobre a adopção é urgente e importante. Para mim, o projecto PS sobre co-adopção carece de melhorias técnicas nos requisitos para a co-adopção, aliás todo o processo de co-adopção, homo e hetero, precisa de melhorias técnicas, no sentido da protecção da criança.
Os projectos de adopção plena colocam-me dificuldades de aceitação em sentido geral. É ao Estado que cabe entregar uma criança, que ao Estado foi confiada pelos mais diversos motivos, a uma família ou a uma pessoa.
Existem dois géneros, o masculino e o feminino. E para o desenvolvimento da identidade da criança é, a meu ver, do interesse dela, logo responsabilidade do Estado, que a criança contacte de forma proporcional e previsional com os dois géneros.
Por estas razões, votei contra. Tenho dúvidas e na dúvida teria preferido que tudo se tivesse discutido melhor. Não sou reaccionário nem homofóbico. Não tenho cismas, nem dogmas quanto a estes temas.
Quero discutir mais, saber mais. E decidir de modo mais fundamentado. Adoptar não é apenas cuidar. É educar e desenvolver. E isso faz diferença. De qualquer modo, sou um democrata e respeito a decisão da maioria e a decisão dos meus colegas de partido que não tiveram dúvidas no voto favorável no projecto do PS.