Todos os anos morrem crianças vítimas de afogamento. Apesar das inúmeras campanhas e alertas que são divulgados, há sempre notícias de mortes. Na sua opinião, e de acordo com a sua experiência, nesta matéria ainda se pensa que só acontece aos outros?
Em todos os acidentes é fácil pensar que só acontece aos outros, porque nós conseguimos prevenir as situações de maior risco. A falta de formação dos jovens e adultos para compreenderem como acontecem os diversos tipos de acidentes, e quais as estratégias mais eficazes para os prevenir, contribui para esta atitude. O afogamento é a 2.ª causa de morte acidental em crianças. Contudo, é estimado que mais de 80% dos casos de afogamento podem ser prevenidos através da adoção de estratégias específicas e complementares (World Congress on Drowning,2002).
Apesar de tudo, os números têm diminuído. As pessoas estão mais conscientes do que é necessário fazer para evitar este tipo de acidentes?
Felizmente há mais informação sobre os afogamentos, e sem dúvida que as campanhas realizadas anualmente pela APSI, desde 2003, têm contribuído de forma importante. A imagem dessas campanhas – um ursinho de peluche a boiar com a cara dentro de água – tem tido um forte impacto nas famílias que a associam imediatamente a uma criança pequena em risco de afogamento. A forma como as notícias são veiculadas pelos jornalistas também é fundamental, para que as pessoas compreendam como aconteceu o acidente, o que falhou na prevenção e que contribuiu para as lesões sofridas. Dessa forma poderão eventualmente tirar ilações para a sua vida pessoal.
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