Opinião – Ninguém poderá cortar a voz ao pensamento

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LUIS SANTARINO

Luís Santarino

Estamos muito perto de alcançar quatro décadas de liberdade. Será mesmo assim? Festejaremos 39 anos de liberdade, ou tão só, 39 anos à procura de, e da liberdade?

Aderi, como muitos outros, a um partido político por convicção. Acreditei e acredito que, apesar de muito estar por cumprir, já demos passos decisivos. A política é como a economia; expectável! Não há certezas absolutas. Há sim, alguns, que se acham seres superiores, infalíveis, mas que a cada momento se sentem débeis e sozinhos na sua redoma; COITADOS!

O Partido Socialista ainda não conseguiu cumprir um terço do que se propôs. Em jeito de graça, eu costumo dizer que sou militante da “Confraria da Mão Fechada”!

Tenho por hábito defini-lo dessa forma – ao PS – porque tem um significado diferente.

Não abrimos mão da liberdade, ainda que muitas vezes – diria mesmo, a maior parte das vezes, também não a praticamos; não abrimos mão da igualdade, porque a queremos construir em direitos e deveres; não abrimos mão da fraternidade porque seria a utopia feita felicidade.

Caminhamos em direcção a, com recuos e avanços, mas determinados!

Não abrimos mão da amizade, porque todos temos e vivemos exemplos de cidadãos que, embora pensando diferente, assumem esse supremo bem de relação humana.

Deveremos praticar e partilhar a liberdade. Sem constrangimentos. Demonstrando aos demais que serão bem acolhidos. Que ninguém, mesmo ninguém, por mais “aparelho que detenha”, poderá cortar a voz ao pensamento. As portas estão abertas. Faz favor de entrar. Creio que vai estar em boa companhia.

Todos temos as nossas referências. Referências de vida e para a vida. Colocam-nos num patamar inferior. Lá chegaremos? A ver vamos, a ver vamos!

Mas, na verdade, estes últimos 39 anos não foram grande coisa, tal o estado miserável a que o País chegou.

Temos o mau hábito de procurar culpados, quando deveríamos encontrar soluções.

De uma Pátria de 10 milhões de cidadãos, esperava-se muito mais e melhor.

Mas é o que temos. Muito pouco para o que sonhámos, muito menos para o que muitos trabalharam, sofreram e morreram para nos legar um País melhor.

Lembro os meus Pais, hoje mais o meu Pai que, apesar de ser simpatizante do PCP – lá em casa só se ouvia os tempos de antena do PCP e da CGTP – tolerava este meu devaneio de querer ser um pouco mais livre!

Quando o Muro de Berlim caiu, eu preocupei-me por ter visto cair por terra o sonho de uma vida. Mas não. Disse-me: “é o que acontece a quem se afasta dos desígnios do Povo”! E partiu de novo, até ao seu falecimento, a acreditar que algo de novo aconteceria na sociedade.

Embora trilhemos caminhos diferentes para atingir objectivos comuns a história far-nos-á justiça, dizia ele!

Por aqui…ou por além, direi eu!

Feliz ou infelizmente.

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