Fernando Regateiro
Na semana passada, a União Europeia impôs ao Chipre taxas sobre os depósitos bancários, para emprestar 10 mil milhões de euros para salvar os bancos da falência.
Numa economia baseada em serviços financeiros e comerciais, com activos bancários oito vezes superiores ao PIB, esta decisão podia ser a morte da economia.
Sem sequer respeitar a protecção dos depósitos inferiores a 100 mil euros, era o “roubo” e a quebra de confiança bancária e foi a queda das Bolsas e o medo de todo um povo. E também o nosso!
O Parlamento cipriota disse não, sem votos contra. O mesmo disseram, hoje, os líderes políticos. Vão gerar a contrapartida nacional de 5,8 mil milhões de euros, com um fundo de investimento solidário. Adiram os cipriotas e serão modelo de afirmação nacional!
No processo, há questões tenebrosas:
1. A incapacidade das democracias para controlarem o sector financeiro;
2. A irresponsabilidade, insensatez, loucura e até estupidez dos ministros do Eurogrupo por não verem as contradições da decisão e o descrédito em que caíram;
3. A falta de solidariedade da União e a morte do sonho europeu.
E todos, todos a negarem a paternidade deste aborto!