Eu, deputado – Cumpra-se Abril

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01 MARIO RUIVO LC  (10)Mário Ruivo

Quando se aproxima o momento de comemorar Abril, recordamos o que vivemos e sonhamos nessa madrugada do dia 25, há 39 anos. Voltamos a falar de liberdade, igualdade e fraternidade. Enchemos o peito e gritamos a defesa das conquistas desse dia e juramos fidelidade ao estado social. Mas quando nos afastamos desse dia, relativizamos tudo o que achamos importante neste percurso anual. Não devíamos, porque se foi fácil para a maioria de nós acordar em liberdade e sonhar com uma sociedade mais igual, para os militares que estiveram na conceção e execução dessa Revolução dos Cravos foi muito difícil. E o facilitismo é que nos têm destruído. Tem sido assim na política autárquica e nacional e na vida dos partidos. E essa facilidade com que se encara a nobre função do exercício da atividade política tem gerado o seu empobrecimento, descredibilização e desencanto. Se neste momento pudéssemos (como se tal fosse possível) reinventar Abril, teríamos que recuperar a dignidade da política e do seu exercício. Não “meter debaixo do tapete” os problemas mas assumirmos colectivamente uma intrínseca vontade de os resolver. Mudar os comportamentos, assumir compromissos em vez das demagogias eleitoralistas de cada momento, ser sério no público servir, reorganizar os partidos como estruturas onde se afirmam projetos de sociedade, e pensar o bem comum como instrumento de satisfação do bem individual, e não o seu contrário. Seria impossível recriar aquela manhã de Abril, mas já seria uma trova do vento que passa. Porque desejamos um Abril sempre. Em Maio ou em Novembro também pode ser. Pode ser sempre que um homem quiser. Por todos aqueles que sempre acreditaram nesse dia. Não foi fácil… e nós andamos a facilitar.

Deputado PS

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