Maria Alcide começou a trabalhar em 1950. Tinha nove anos e o exame da 3.ª classe acabado de fazer. Foi juntar-se à mãe que já trabalhava para a sociedade de Santiago A. A. Mendes.
A firma tinha instalações arrendadas na rua Ferreira Borges. Eram umas águas furtadas no prédio do café A Brasileira, onde várias outras mulheres faziam xailes à mão.
Sem saberem, mãe e filha estavam a contribuir para o crescimento de uma empresa que haveria de ser uma das mais pujantes da época de ouro da indústria, em Coimbra. Fundada por Santiago Allo Alvarez y Mendez, um espanhol de vistas largas, fazia do fascínio do “mundo moderno” pelos trapos a base de um negócio de fiação e de fazendas, primeiro, e de confeções, mais tarde.
A “modernidade” já então requeria publicidade. Por isso, a empresa criou a sua marca – Santix –, apostou na diversificação de produtos de consumo – dos xailes às saias plissadas e, sobretudo, aos fatos para homem e senhora. Até que um criativo imortalizou um slogan de televisão, rádio e imprensa de que qualquer septuagenário dos dias de hoje ainda se lembra:
– Atchim! Santix… O fato do homem moderno.
(Reportagem completa na edição impressa)