Opinião – Os “deuses” estão mesmo loucos!

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LUIS VILARLuís Vilar

O nome do filme não era bem este, mas os “deuses” do filme também não eram os actuais membros da Comissão Europeia, do FMI e do Banco Central Europeu.

Na verdade, depois da “terapia” aconselhada ou, ainda mais grave, exigida para um Fundo de Resgate ao Chipre, no valor de 10 mil milhões de euros, podemos afirmar, sem qualquer margem de erro, que a Troika, depois da receita da austeridade ter falhado, apresentou uma solução que, mais não é do que um roubo a um Estado (Chipre), sem precisar da Máfia ou do Al Capone para cumprir a missão.

Não estaremos perante um crime internacional por abuso de poder e de confiança, inclusive de associação criminosa, das instituições que integram a troika?

Depois deste episódio, nada ficará como dantes porque a confiança dos cidadãos europeus nas suas instituições, não mais será a mesma.

A Sra. Merkel afirmou que não estava para sustentar os bilionários russos, que ao que se diz têm muito dinheiro depositado nos Bancos do Chipre. Nós também não, nem os Russos, nem os Americanos, nem os Alemães, independentemente de onde está depositado o dinheiro.

Esta Senhora que representa os Alemães está muito esquecida, em particular, naquilo a que diz respeito ao seu País.

Em menos de 70 anos, a Alemanha, por duas vezes, foi beneficiada com taxas de juro muitíssimo baixas, perdões de dívida – nos períodos do pós-II Guerra Mundial e da reunificação. Isto sem pensarmos nos prejuízos de Guerra que causou a muitos Países Europeus.

Como poderão os 500 milhões de europeus acreditar nas políticas da Comissão Europeia (Governo da Europa) se esse mesmo Governo dá o exemplo de como se pode roubar, escandalosamente, sem que qualquer instância Judicial se pronuncie sobre aquele que considero ser o maior roubo europeu, alguma vez pensado por uma qualquer associação criminosa.

É evidente que o Euro ficou ainda mais fragilizado e que, também, ficou demonstrado que a Europa dos Cidadãos é hoje uma mera miragem.

A Europa, o nosso velho Continente, que sempre resistiu aos totalitarismos, está hoje nas mãos do pior dos Ditadores, que é o Capital Especulativo, sem ética, religião ou pensamento ideológico.

Na minha opinião, as economias paralelas vão crescer, tal como os paraísos fiscais de duvidosa constituição. Regressaremos à corrida do ouro e outros metais/pedras preciosas, porque o dinheiro já nem nos Bancos está seguro.

Alguém disse que a Caixa de Pandora já estava aberta. Creio que com toda a razão, porque ninguém mais acreditará nesta Comissão Europeia e neste Banco Central Europeu, pese embora agora andem a atirar as culpas uns aos outros.

Nunca pensei que a Europa caminhasse neste sentido mas, se este tipo de propostas de “roubo” já estão em cima da mesa, no jogo político europeu, então, é porque estão mesmo loucos.

Hoje, arrisco-me a perguntar se estamos a salvar Portugal, Irlanda, Espanha, Grécia, Chipre… Se não estamos só a proteger o capital especulativo que endividou estes Países.

Apesar dos erros cometidos e do facto de devermos honrar os nossos compromissos, questiono-me se não será a altura de referendarmos a nossa situação de nos mantermos a qualquer preço (mesmo roubados) na Zona Euro, ou se devemos renegociar a nossa dívida para uma saída do Euro.

Sei que é a primeira vez que escrevo sobre uma eventual saída do Euro, mas nada me garante que ele se mantenha ou, ainda pior, se uma qualquer cimeira de uma Associação Criminosa nos pretenda ROUBAR, com cobertura dos Poderes Legislativos/Executivos e Judiciais.

A Caixa de Pandora foi aberta por “Deuses” mesmo Loucos.

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