O consumo regular de cafeína, em concentrações equivalentes à toma de 5 a 7 cafés diários, atenua lesões cerebrais num modelo da doença de Machado-Joseph, revela um estudo desenvolvido nos últimos cinco anos por uma equipa de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular e das Faculdades de Farmácia e de Medicina da Universidade de Coimbra (UC).
Para avaliar o impacto da cafeína na doença de Machado-Joseph, os investigadores induziram a doença no cérebro dos animais-modelo (ratinhos) recorrendo a vírus modificados causadores da neuropatologia. As experiências e análises realizadas permitiram identificar o alvo onde a cafeína atua para bloquear a progressão da doença: o recetor A2A para a adenosina; mostraram também pela primeira vez alterações na conexão neuronal, exercendo a cafeína efeitos protetores, capazes de restabelecer a função, por atuar como inibidora desta perturbação nos circuitos neuronais.
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