Fio de Prumo – Procura-se política. Assunto Sério

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LUÍS PARREIRÃO

Luís Parreirão

O espaço público vem sendo palco de arrastadas discussões sobre a existência, ou inexistência, de alternativas. Discussões que ora se centram na busca de alternativas entre partidos e/ou blocos ideológicos que legitimamente se opõem, ora se deslocalizam para o interior dos próprios partidos, em especial para o que agora lidera a oposição. Temo, mesmo, que a política portuguesa invada a lusa gramática dando nova materialidade ao adjectivo.

Discussões que, sendo legítimas, frequentemente distraem-nos do essencial, ou, até, induzem, em cada um de nós, a preguiça na procura da informação de base que todos os cidadãos deveriam ter presente, para poderem formar a sua própria opinião.

Socorrendo-me da informação tratada e disponibilizada pela PORDATA, gostaria de apelar à paciência dos leitores para reflectirem sobre os seguintes dados relativos a Portugal:

Produto Interno Bruto – 171.000 milhões de euros

Dívida Pública – 184.000 milhões de euros

Empréstimos a empresas – 105.000 milhões de euros

Empréstimos a particulares – 145.000 milhões de euros

População empregada – 4.600.000 pessoas

Desempregados – 925.000 pessoas

Reformados (SS e CGA) – 3.400.000 pessoas

Jovens até aos 15 anos – 1.600.000 pessoas

Não parece necessária grande ciência, basta frieza, para assumirmos que Portugal é hoje um país velho, endividado, onde menos de metade da população tem trabalho, e onde os jovens já não são suficientes para substituir os activos.

A questão para a qual todos nós procuramos uma resposta é, salvo melhor opinião, que país vamos ter daqui a dez anos partindo desta base? E que decisões é necessário tomar, e quando, para construir esse país?

Os dados de partida são estes e não outros, e não melhoram porque os responsáveis políticos se culpam entre si da situação actual.

A gravidade da situação impõe que o importante, hoje, não é a culpa pelo passado mas a formulação de uma credível visão de futuro.

Precisamos de Política (s), e o Assunto é Sério!

Só que, contrariamente aos anúncios dos jornais, neste caso não se pode guardar sigilo. Pelo contrário, é necessário que todos saibam e que todos participem.

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