Ermelinda Ramalho, uma das pessoas feridas no acidente de domingo com um autocarro na Sertã, relatou que o despiste ocorreu “de uma forma rápida”, indicando que o veículo era “antigo” e não tinha cintos de segurança.
Em declarações aos jornalistas, no Hospital de Portalegre, para onde alguns feridos foram levados, Ermelinda Ramalho explicou que o motorista “tentou desviar-se” da água que se encontrava na estrada, o IC8 (itinerário complementar).
Após esse momento, descreveu, os ocupantes mão ouviram “mais nada” a não ser o autocarro a “bater no ‘rails’ [separadores]” da estrada, dando “não sei quantas voltas” até cair no fundo de uma ravina.
A mulher, que recebeu esta noite alta no Hospital de Portalegre, acrescentou que após a queda do autocarro na ravina as pessoas “saltaram pelas janelas e partiram os vidros do autocarro”, deparando-se depois com “mortos no chão e pessoas partidas”.
“Estava a chover muito, o autocarro deu um solavanco antes de bater nos ‘rails’, deu a sensação que tinha passado por cima de alguma coisa e depois não houve tempo para mais nada”, relatou.
Maria Teresa Zangarilho, outra excursionista – que ao início da noite foi transferida para o Hospital de São José, em Lisboa, para observação em neurocirurgia -, relatou aos jornalistas que só se apercebeu do acidente quando o autocarro começou a “andar às voltas”.
“Eu caí lá em baixo nas silvas, fiquei com a cabeça debaixo do autocarro, uma pessoa ficou em cima de mim e eu fiquei muito aflita. Um senhor que saiu ileso do acidente foi quem me desprendeu”, relatou.
Dez das 11 vítimas mortais do acidente eram residentes no concelho de Portalegre e uma no concelho de Monforte, na freguesia de Assumar, segundo a presidente do município de Portalegre.