Opinião – Plano C

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Paulo Almeida DRPaulo Almeida

Tive a honra de ter sido convidado para um almoço organizado este Sábado pela Real Associação de Coimbra, actualmente dirigida pelo colega e amigo Dr. Joaquim Nora. Durante a reunião comemorou-se a restauração da independência de Portugal, ocorrida no 1º de Dezembro de 1640, e foi apresentado pelo presidente do Instituto da Democracia Portuguesa – Professor Mendo Henriques – o livro PLANO C, com prefácio de Dom Duarte de Bragança, presente no almoço de conjura.

O Instituto é uma associação que promove iniciativas para uma melhor governação. O livro em causa foi apresentado como um combate da cidadania. Muitos foram os cidadãos que deram o seu contributo em forma de testemunho ou mesmo de propostas que poderiam ser aplicadas no imediato em alternativa aos planos A e B, aos planos da troika e dos partidos, respectivamente. Quer se concorde ou discorde do(s) plano(s) C, há que reconhecer que a união em livro de propostas para o país fora do âmbito partidário é um sinal de cidadania, o coração da democracia. A juntar às eleições livres e justas e ao respeito pelos direitos fundamentais, a democracia participativa é fulcral na democracia. E a cidadania activa é democracia participativa. Agradecem-se por isso todas as iniciativas que nos façam pensar que não basta votar de 4 em 4 anos, que os cidadãos deveriam poder participar mais activamente nos processos decisórios.

Depois de ter lido o livro PLANO C fiquei convicto de que uma palavra deve ser realçada – TRANSPARÊNCIA. Em tudo: nos processos, nas decisões, nas dificuldades, nas vitórias, no acesso à informação. Governos que forneçam toda a informação não permitem, desde logo, que aquele que lhe segue se desculpe de não a ter tido. Por outro lado, seria um passo em direcção a uma responsabilização dos políticos que tomam decisões, desde logo as que não são transparentes. Mas o português é tipicamente invejoso e não gosta, por isso, que os outros saibam o que anda a fazer. Mas quer saber e controlar os passos dos outros, se possível sem que eles saibam, para também ele poder sentir inveja. Levada ao limite, há quem queira refundar Portugal e um importante passo foi a eliminação do “pai” de todos os feriados, num texto laboral que me envergonha enquanto português. De forma pouco transparente andam a vender os “anéis” a estrangeiros que ninguém conhece, como se a perda da nossa soberania política não fosse suficiente e a empresarial seja um fait-divers de que os fundos de investimento tomam conta.

Resumindo, quero apenas agradecer a Coragem de quem perpetua as suas ideias, colocando-as por escrito, associando-se e mobilizando-se, num claro indicador de que a sociedade civil existe e que os portugueses, à semelhança dos que pertencem à Real Associação de Coimbra, estão dispostos a lutar por Portugal.

 

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